O que é câncer de pulmão?
Você já conheceu alguém com câncer de pulmão? Infelizmente, a resposta provavelmente é sim, considerando que é o tipo de câncer que mais mata no mundo e foi responsável por quase dois milhões de mortes apenas em 2020. E sabe qual a principal causa deste tipo de câncer? O tabaco. Mais de 85% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao tabagismo. Além disso, o hábito de fumar cigarros eletrônicos e a exposição à fumaça e poluição de qualquer origem também são fatores de risco. Ou seja, pessoas que fumam têm maior risco de desenvolver câncer de pulmão e, segundo dados do INCA, 15 vezes mais chance de morrer da doença.
Mas sabe a boa notícia? Ao largar o cigarro, o risco de morte por câncer de pulmão pode diminuir.
O que é um câncer?
Quando uma célula se divide de forma descontrolada, ela forma uma massa que pode crescer a ponto de ser visível a olho nu ou por exame clínico ou de imagem. Quando ela cresce de forma controlada e contida, damos o nome de tumor benigno. Mas quando ela cresce de forma desordenada e tem potencial de invadir outras partes do corpo, temos um tumor maligno, também chamado de câncer.
Então, o câncer de pulmão é uma massa de células que surge neste órgão, mas que pode ir para outros lugares, formando metástase. Mas só do câncer de pulmão é igual? Não. Ele é classificado em dois tipos principais, com base nas células que dão origem ao tumor: o carcinoma de células pequenas e o carcinoma de células não pequenas.
- O carcinoma de células pequenas é menos frequente, representando 20% dos casos, mas está quase sempre associado ao tabagismo e é o tipo mais agressivo de câncer de pulmão, iniciando nos brônquios e se espalhando rapidamente para outras partes do corpo.
- Já o câncer de células não pequenas é subdividido em três categorias principais: o carcinoma de células grandes, o adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas, todas relacionadas ao consumo de tabaco. Mas, mesmo quando tumores têm origem no mesmo tipo de célula, eles ainda são diferentes entre si, tanto pela forma que o tumor se comporta, quanto pela forma como a doença evolui em cada um. Isso acontece por causa das características genéticas das células tumorais.
Nosso DNA possui genes que são necessários para produzir as proteínas das nossas células. Agentes como o tabaco contém centenas de substâncias capazes de danificar o DNA e levar ao aparecimento de mutações. Se pensarmos no DNA como um livro de receitas, cada gene representaria uma receita. Já as mutações seriam erros no texto que levam à produção de proteínas alteradas, que seriam como uma receita inesperada nas células cancerosas. É comum encontrar alterações em proteínas que favorecem o crescimento do tumor. Um tipo de mutação muito importante nesse processo é aquela que acontece logo nas primeiras células que originam a massa tumoral, pois está relacionado à sobrevivência e multiplicação dessas células e pode ser encontrada em todo tumor. E assim, se pensarmos em tratamentos que têm como alvo essas proteínas presentes em todo tumor, temos maiores chances de acabar com a doença.
Além disso, as células tumorais acumulam outras mutações ao longo do tempo, tornando-as cada vez mais diferentes entre si. Essas alterações podem ser identificadas no momento do diagnóstico, permitindo a escolha do tratamento mais adequado. Outra informação importante nesta etapa de diagnóstico é o estadiamento do tumor, que nos diz se a doença está em fase inicial ou avançada. Ele é feito por meio de exames clínicos e de imagem e leva em consideração três fatores: o tamanho do tumor, a disseminação regional para linfonodos e a presença de metástase.
No próximo vídeo, vamos conhecer os diferentes tipos de tratamento para o câncer de pulmão.
Fonte
Tudo o que você precisa saber sobre o câncer de pulmão – Parte 1/3 por Canal USP