Sífilis – Uma Infecção Sexualmente Transmissível

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A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada por um microorganismo muito transmissível nas relações sexuais. Ela é mais transmissível que infecções como o HIV e hepatite B, por exemplo, e pode ser adquirida tanto pelo contato oral, anal ou vaginal.

O micro organismo responsável pela sífilis é chamado de Treponema pallidum. Ele é um microorganismo de difícil cultivo e a gente usa métodos sorológicos para diagnóstico.

Sintomas e Fases da Sífilis

Quando a pessoa entra em contato com o microorganismo, duas ou três semanas depois, ela pode apresentar uma lesão inicial chamada de cancro duro, que é uma ferida indolor que pode aparecer no pênis, na língua ou na vagina. Muitas vezes, essa lesão resolve espontaneamente e a pessoa não chega nem a procurar um médico.

Nessa primeira fase, não há sintomas, a não ser a presença da lesão. Na mulher, a lesão pode ser interna e passar despercebida. Depois de dois a três meses, pode ter uma segunda fase, chamada de secundária, e nessa fase, a apresentação mais comum são febre e manchas na pele.

Depois dessa fase, a grande maioria dos casos entra na fase assintomática, chamada de sifilis latente, onde o paciente é um portador do Treponema, mas não manifesta nenhum sintoma da doença, embora continue transmitindo a doença.

Se não tratada, a médio/longo prazo, podem ocorrer alterações importantes como a afetação do sistema nervoso central, demência e outras alterações.

Tratamento

O tratamento é relativamente simples e o tipo de tratamento vai depender da fase em que o paciente se encontra e do tipo de apresentação. Para a apresentação do sistema nervoso central, é usado a penicilina cristalina, que atualmente tem falta no nosso país, ou outras opções de tratamento. Para as outras fases, a gente usa a penicilina benzatina, uma injeção de 2,4 milhões de unidades do medicamento, que é muito comum e de baixo custo, sendo facilmente tratável com altos índices de cura.

Diagnóstico e Prevenção

Existem vários exames que podem ser utilizados, pelo menos oito testes diferentes. A gente utiliza um laboratório e uma metodologia que se chama triagem reversa. A prevenção é feita através de práticas de sexo seguro, que diminuem bastante a transmissão. Infelizmente, as pessoas têm esquecido o preservativo em todas as suas fases. Além de sexo seguro, é preciso identificar os portadores e tratar principalmente em casais.

É importante tratar os dois parceiros e se um tratar e o outro não, a doença pode ficar transmitindo de um para o outro. A sífilis é muito importante nas grávidas porque pode causar várias anormalidades com qualidade sócios da normalidade neurológicas. Por isso, é muito importante durante o pré-natal identificar essas gestantes que são portadoras, tratá-las durante a gestação para que elas cheguem adequadamente tratadas e não transmitam ao bebê.

Epidemia da Sífilis no Brasil

A sífilis tem se tornado uma doença muito importante não só nos últimos dois ou três anos, mas desde cinco a dez anos para cá, a gente vem notando um aumento muito expressivo nos casos de sífilis em todas as classes sociais e todas as regiões do país. O Brasil tem mais de 1000% de aumento nos casos nos municípios nos últimos anos. No mundo inteiro, tem sido notado um aumento, mas não dessa grandeza. Isso aconteceu basicamente pela diminuição da proteção, talvez porque o HIV, uma doença agora mais controlada, fez as pessoas diminuírem muitas práticas de sexo seguro. Talvez tenha outros motivos, mas acredita-se que seja o principal fator.