A ansiedade é um estado emocional comum e que afeta a maior parte das pessoas. Mas como devemos agir quando ela afeta as crianças? Como identificar e quando devemos procurar ajuda de especialistas?
Soltares, gerente pediatra do Pronto Socorro do Sabará Hospital Infantil, vai te passar algumas informações importantes sobre a ansiedade na infância.
Primeiro precisamos entender que é normal que algum grau de ansiedade faça parte do desenvolvimento das crianças e adolescentes. Por exemplo, é aceitável um certo nível de ansiedade decorrente da expectativa por algum evento, como uma viagem ou início das aulas, ou o medo de se separar dos pais, estar em ambientes pouco familiares, medo de escuro ou até mesmo medo de monstros nos casos das crianças entre 3 e 4 anos.
Nas crianças maiores, também é normal que elas manifestem o medo da morte, por exemplo. Mas esse sentimento se torna exagerado e constante, passando a causar prejuízo à vida social e às atividades diárias das crianças e adolescentes, precisamos ficar alerta.
Se a criança tem muitos pensamentos negativos e constantemente pensa em coisas ruins que vão acontecer, se ela tem medo de se expor, que tem dificuldade em tentar fazer coisas novas ou se a criança diz muitas vezes que não quer ou que não consegue fazer uma atividade, tudo isso pode ser sinal de ansiedade.
Também devemos ficar atentos, por exemplo, se ela tem dificuldade em interagir com outras crianças ou então a querer faltar na escola. Crianças com alto nível de inibição possuem maior risco de apresentar sinal de ansiedade ao longo da vida.
Além dos sentimentos relatados anteriormente, fique alerta caso a criança manifeste algum sintoma físico, como falta de ar, reclamação de aperto no peito, suor e respiração curta, vontade de ir frequentemente ao banheiro, dificuldade de sono e tensão muscular. Nesses casos, a ansiedade pode se tornar um problema para a saúde física e mental da criança.
Alguns estudos apontam que crianças ansiosas são usualmente filhas de pais ansiosos, o que indica que fatores genéticos e familiares podem contribuir para a ansiedade na infância. Ou seja, os adultos também precisam reconhecer em si mesmos os sinais de ansiedade e assim ensinar as crianças a fazerem o mesmo.
Tenha conversas com a criança e ajude-a a entender cada uma das suas emoções. Ensine a ela a dar o nó e reconhecer o que é tristeza, o que é medo, o que é frustração. Isso auxilia a combater o estado de ansiedade.
Se você desconfia que seu filho ou filha possa estar sofrendo com crise de ansiedade, procure um profissional que pode ser um pediatra ou psicólogo para fazer uma avaliação em relação ao tratamento. Alguns casos leves podem ser cuidados apenas com terapia comportamental. Já o uso de medicamentos podem ser indicados em casos mais graves ou até mesmo quando o resultado da terapia comportamental for limitado.
No próximo vídeo, vamos falar sobre Depressão Infantil. Se inscreva no canal para receber conteúdos que te ajudarão a se tornar um adulto que cuida bem de sua criança. Até lá.
Fonte: Ansiedade nas Crianças – como ela se expressa? | Saúde da Infância Responde ep. 03 por Saúde da Infância