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Por que o isolamento não é uma opção para pacientes com Alzheimer?

Doença de Alzheimer

Todo mundo, não importa a idade, já esqueceu onde deixou as chaves, não lembrou o nome de um conhecido que encontrou na rua ou até aquele clássico “mas é absurdo de ir até um cômodo de casa e, chegando lá, esquecer o que pegar”. Conforme a gente envelhece, esses conhecimentos são encarados cada vez mais como coisas da idade, mas é preciso distinguir um esquecimento inofensivo do algo mais grave: a possibilidade de se tratar de doença de Alzheimer.

  • A freqüência dos lapsos de memória
  • A dificuldade para identificar objetos e fisionomias
  • Ficar perdido em locais familiares
  • Não conseguir guardar novas informações

A doença de Alzheimer é um mal silencioso que afeta quase 7% da população brasileira com mais de 60 anos de idade e, segundo estimativas da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a incidência vai mais que dobrar até 2030, devido ao envelhecimento crescente da população com idade superior a 65 anos. Histórico familiar também está entre os principais fatores de risco. Ainda não se conhece exatamente a causa da doença, mas o que se sabe é que os pacientes sofrem de um acúmulo no cérebro de algumas substâncias anormais, como a proteína beta amilóide. Esse acúmulo provoca a morte progressiva dos neurônios e, consequentemente, os sintomas.

Quando a doença é diagnosticada logo no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente e à família inteira. O tratamento é multidisciplinar, que inclui o acompanhamento de vários profissionais como psiquiatras, fisioterapeutas e neurologistas. É importante motivar o paciente e integrá-lo em atividades que estimulem sempre de acordo com suas habilidades atuais e suas preferências.

Se ele gosta de jardinagem, uma atividade relacionada ao cultivo de plantas, portas e flores. Se gosta de música, atividades que envolvam dança, canto e por aí vai. É importante reforçar que a doença de Alzheimer tem um impacto não só na vida do doente, mas de todas as pessoas ao seu redor, da importância de manter o bem estar físico e psicológico também da família. É fundamental não delegar os cuidados somente a um dos membros. Então, é preciso montar uma rede de apoio que deverá ajudar o paciente e o seu entorno em vários aspectos: instalar corrimãos nos cômodos da casa, manter substâncias perigosas em locais inacessíveis, retirar tapetes onde a pessoa possa escorregar, lembrar de levar itens pessoais que possam ser úteis ao sair com os óculos, os documentos da pessoa. Nas fases mais avançadas, o paciente vai precisar de atenção integral e profissional, mas desde o início até essa fase, a essência é estimular o cérebro. É um órgão com muita plasticidade, é possível exercitá-lo. Não isole o paciente, dê acolhimento a ele sempre.

Fonte
Paciente com Alzheimer não pode ser isolado | Coluna #111 por Drauzio Varella