Olá, meu nome é Guilherme no Vita e eu sou o mastologista. Vou falar com vocês sobre o tipo mais comum de câncer de mama: o carcinoma invasivo de tipo não especial, também conhecido como carcinoma invasivo sem outra especificação e que até um tempo atrás era conhecido como carcinoma ductal invasivo. Quando você fala câncer de mama, você está falando de uma entidade que representa todos os tumores malignos da mama. Mas vale lembrar que nem todos são carcinomas, você tem sarcoma e outros tipos de neoplasias malignas, e nem todos os carcinomas são o carcinoma de tipo não especial.
A maioria das pacientes têm esse tipo. 85% das mulheres que têm câncer de mama tem um carcinoma de tipo não especial, então esse é o câncer do dia a dia. Não é nem mais grave nem menos grave do que outros. 10% têm carcinomas lobulares invasivos e 1 a 2 por cento têm os carcinomas de tipo especial que são aqueles mais raros, tais como tubulolobular, mucinoso etc.
O diagnóstico do carcinoma invasivo de tipo não especial geralmente se faz através da mamografia. É um inimigo silencioso. A gente não quer esperar que ele tenha sintomas porque quando o nódulo é palpável muitas vezes ele já está com 2 a 3 centímetros. E o ideal é que a gente detecte isso muito no começo. A gente sabe que tumores com menos de dois centímetros ou até dois centímetros e meio tem chances hoje elevadíssimas de cura acima de 95% a 98%.
O tratamento do carcinoma invasivo é basicamente tudo o que a gente tem disponível. A gente não sabe qual é a melhor das drogas ou melhor das terapias. Na prática, a gente soma tudo e faz tudo. Então, a gente tem que fazer cirurgia, a gente tem que fazer medicação e a gente tem que fazer radiação.
Cirurgia: A cirurgia tende a ser a retirada total do tumor com margens livres. Se o tumor é pequeno, eu posso fazer uma retirada pequena e preservar a mama. Se o tumor é muito grande muitas vezes eu não consigo fazer isso. Eu preciso fazer uma estratégia para diminuí-lo antes da cirurgia. Melhor estratégia é a quimioterapia feita antes da cirurgia chamada de quimioterapia neoadjuvante.
Após a cirurgia, a gente faz uma terapia complementar. Mas porque a gente faz terapia complementar se o tumor que estava lá já saiu? Porque a gente sabe que existem células tumorais que estão em outros locais da mama e circulando pelo organismo. E que se a gente fizer para terapias que vão diminuir essas células, eu diminuo o risco no futuro do tumor voltar a ter uma metástase à distância e de morrer de câncer de mama. Então, hoje o tratamento em geral é feito com a associação de quimioterapia complementar.
Quando as mulheres têm tumores que respondem a um hormônio, a gente faz um bloqueio hormonal. É um tratamento muito eficiente com pouco efeito colateral. Na mama, principalmente nos casos que preservam a mama com efeito a cirurgia, a gente faz radioterapia. Hoje, os tratamentos estão muito mais eficientes do que eram 30 anos atrás e ao mesmo tempo estão muito menos tóxicos.
Fonte: CARCINOMA INVASIVO DE TIPO NÃO ESPECIAL (SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO – SOE)/ CARCINOMA DUCTAL INVASIVO por Câncer de Mama Brasil