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Tudo o que você precisa saber sobre Escherichia coli (E. coli) com o professor Alexandre Funck.

Escherichia coli: Categorias associadas a doenças intestinais e extraintestinais

Olá! Seja bem-vindo a discussão de mais um tema relacionado a microbiologia.

Hoje, falaremos sobre uma bactéria muito especial: a Escherichia coli.

Você sabe quais são as principais classes dessa bactéria que estão associadas as doenças intestinais e extraintestinais?

É o que veremos logo após a vinheta.

Vamos começar?


Embora a bactéria Escherichia coli tenha sido identificado em 1885, pelo médico alemão, Theodoro Escheriche, as primeiras confirmações de que algumas cepas da espécie pudessem estar associadas com doenças em humanos foram obtidas definitivamente no ano de 1945, pelo médico John Gray, ao identificar essa bactéria como agente de surtos de diarreia em crianças na Inglaterra.

A Escherichia coli ou E. coli, como é mais conhecida, é uma bactéria Gram-negativa, fermentativa, anaeróbia facultativa, cultivada facilmente “in vitro”, ou seja, em laboratório a partir de meios de cultura de rotina.

Além de ser um patógeno importante, a Escherichia coli é membro da microbiota intestinal normal do homem, sendo encontrada nas fezes de todos os indivíduos saudáveis.

Esta estreita associação com as fezes do homem e também dos animais, representa a base dos testes utilizados para se verificar a presença de contaminação fecal, tanto na água, quanto nos alimentos.

No ser humano, a Escherichia coli, além de ser possuidora de uma incrível diversidade patogênica, também é considerada em termos quantitativos um dos patógenos mais importantes. Essa espécie compreende pelo menos cinco categorias que causam infecções intestinais por diferentes mecanismos, além de várias outras associadas as infecções extraintestinais, conhecidas por ExPEC.

Escherichia coli diarreiogênicas

Começaremos pelas classes de Escherichia coli capazes de causar “infecções intestinais” e que por esse motivo, são chamadas coletivamente por Escherichia coli diarreiogênicas. São elas:

  • Escherichia coli enteropatogenica (EPEC)
  • Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC)
  • Escherichia coli enteroagregativa (EAEC)
  • Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC)
  • Escherichia coli enteroinvasora (EIEC)

A Escherichia coli enteropatogenica (EPEC), anteriormente conhecida como E.coli clássica, é uma bactéria capaz de causar diarréias não sanguinolentas em crianças, especialmente nos países em desenvolvimento. As diarréias provocadas pelas EPECs podem variar de subclínicas a até mesmo fatais devido aos fatores intrínsecos presentes no próprio hospedeiro, como por exemplo, aqueles relacionados a sua imunidade.

A Escherichia coli produtora de toxina Shiga (STEC) é um patógeno de grande importância clínica que está presente na microbiota intestinal de bovinos e cujas fezes representa a principal fonte de contaminação dos alimentos. Entre as cepas de STECs, a Escherichia coli enterohemorrágica, é aquela que, por expressar toxinas do tipo Shiga é capaz de causar colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica.

A Escherichia coli enteroagregativa (EAEC), embora não secrete toxinas é um agente causador diarréias agudas ou persistentes.

A Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC), além de ser considerada o principal agente etiológico da chamada Diarreia dos Viajantes, também está associada a doença diarreica aguda que em países em desenvolvimento, acometem crianças menores de cinco anos.

A Escherichia coli enteroinvasora (EIEC), causa um quadro semelhante aquele observado em pacientes com infecções por Shigella. Isso, devido a sua habilidade de invadir os enterócitos e, uma vez no seu interior, propagar-se para as células adjacentes, por indução do rearranjo do citoesqueleto.

Escherichia coli patogênica extra-intestinal (ExPEC)

Bem, agora que falamos um pouco sobre as principais classes de Escherichia coli associadas as infecções intestinais, passaremos à aquelas Escherichia coli capazes de ocasionar infecções fora do intestino.

A Escherichia coli patogênica extra-intestinal, ou simplesmente ExPEC, encontra-se associada a uma série de doenças. Dentre essas doenças, podemos citar: infecções do trato urinário, meningite em neonatos, pneumonia hospitalar, peritonite, osteomielite e artrite infecciosa.

Dentre as internações provocadas pelas ExPEC, destacaremos as infecções do trato urinário, conhecidas também por ITU.

Atualmente, estima-se que em todo mundo, ocorra cerca de 200 milhões de infecções do trato urinário, sendo 80% delas ocasionados por E. coli causadoras de doenças extraintestinais, principalmente nas mulheres.

O espectro das infecções do trato urinário, incluí: as cistites (que acometem a bexiga) as pielonefrites (que acometem os rins), a prostatite (que é infecção da próstata), além da bacteriúria assintomática, ou seja, da persistência das bactérias na urina.

Dentre essas infecções, uma atenção especial deve ser dada a pielonefrite ocasionada pelo refluxo da urina contaminada para os ureteres, já que frequentemente requer internação hospitalar.


Bem pessoal e era isso o que eu gostaria de falar com vocês essa semana.

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Vejo vocês em um próxima oportunidade.

Até mais!

Fonte
MICROBIOLOGIA – ESCHERICHIA COLI (E. COLI) – PROF. ALEXANDRE FUNCK por Alexandre Funck