Pular para o conteúdo

Risco de câncer de pulmão em pacientes com refluxo – ASCO 2017


No congresso americano deste ano, importantes estudos foram apresentados, mostrando a relação de potenciais novos fatores de risco do câncer. Dados sugerem que o refluxo gastroesofágico leva a uma recorrente micro aspiração de alimentos que estavam no estômago na região do pulmão. Em outras palavras, com refluxo, esses alimentos e líquidos ordenados pelo estômago e esôfago acabam caindo no pulmão, levando à inflamação e ativando várias cascatas biológicas, podendo eventualmente transformar o tecido pulmonar em câncer de pulmão.
Nesse importante estudo, foi avaliado o uso de medicações anti-refluxo, somente com o marcador de que o paciente apresentava refluxo gastroesofágico e sua correlação com câncer de pulmão. Em uma população ocidental, foram incluídos mais de 19 mil pacientes com câncer, comparados com as 74 mil controles. O que foi observado é que o uso de medicações anti-refluxo, mais uma vez, não que a medicação cause câncer, mas a medicação usada com o marcador de que a pessoa apresentava refluxo foi associado a um risco de câncer de pulmão 70% a mais do que o grupo controle.
A outra observação foi que o uso dessas medicações, chamadas inibidores de bomba de próton, como por exemplo, o metrolopramida, quando iniciados por mais de um ano no diagnóstico do câncer, tiveram um aumento no risco de 18%. E quando usados por mais de dois anos, o aumento de risco foi de 15%.
A conclusão é que o refluxo gastroesofágico, como doença, é provavelmente um fator de risco para câncer de pulmão. No entanto, é importante salientar que novos estudos ainda precisam ser realizados para avaliar se esses dados se confirmam e quais são as estratégias importantes para prevenir o refluxo e, consequentemente, evitar alguns casos de câncer de pulmão.
Fonte: Refluxo e risco de câncer de pulmão | ASCO 2017 por Vencer o Câncer