Vou falar agora sobre as fraturas osteoporóticas na coluna, um problema que tem se tornado cada vez mais frequente com o envelhecimento da população. Eu costumo dizer que estamos vivendo um novo cenário das doenças mais prevalentes no mundo, uma vez que a população tem envelhecido e tido cada vez mais acesso à saúde. Apesar disso, alguns problemas têm se destacado na população idosa, como a oncologia, as doenças cardiovasculares e os quadros de doença degenerativa, principalmente as demências. Além disso, tem havido um aumento significativo de casos de trauma na população idosa.
Com o passar da idade, os ossos vão ficando fragilizados e isso ocorre de forma intensa, principalmente na população feminina, após a menopausa. Assim, muitas vezes uma queda mínima, que não deveria causar problema maior, acaba levando à fratura devido ao envelhecimento e à osteoporose.
De um modo geral, as fraturas são tratadas de forma conservadora. Antes de decidir sobre um tratamento conservador, é preciso avaliar se o paciente tem algum tipo de dano ou déficit que possa levar a consequências maiores. A tendência é usar cada vez mais tratamentos menos invasivos para tratar a osteoporose, uma vez que são doenças que afetam o corpo como um todo e fragilizam pouco a pouco o paciente.
Uma das possibilidades é a cifoplastia ou vertebroplastia, que são técnicas onde se coloca cimento para tentar dar sustentação ao corpo vertebral. No entanto, na população idosa, é preciso pesar o risco-benefício desses procedimentos, já que eles podem ser bastante agressivos e envolver uma anestesia geral, com todos os riscos inerentes a essa situação.
Uma outra possibilidade é usar apenas um colete para observar se o paciente irá se recuperar naturalmente com o tempo. Nesse caso, a lógica é que o colete dê uma sustentação melhor ao corpo vertebral, mas nem sempre isso é sinal de instabilidade e nem sempre o paciente vai ter uma melhora ou alívio da dor por causa desse procedimento.
Ao longo do tempo, é preciso fazer um acompanhamento para observar a evolução da consolidação óssea, que muitas vezes pode levar a um achatamento do osso. Também é importante lembrar que a osteoporose é uma doença que pode se repetir, então é fundamental observar com cuidado o contexto clínico dessa população para realizar um tratamento adequado.
Com a idade avançada, muitos idosos não gostam de usar o colete, mas às vezes é necessário para garantir a consolidação óssea. É um processo chato, mas é necessário.
O importante é observar com muito cuidado cada caso e avaliar qual o melhor tipo de tratamento, seja ele conservador ou minimamente invasivo, para garantir a saúde e bem-estar dessa população que vem crescendo em nossa sociedade.
Fonte: Osteoporose : Fratura na Coluna por Julio Pereira – Neurocirurgião