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Nova vacina contra esquistossomose: avanços nos estudos clínicos (56 caracteres)

Vacina contra a Esquistossomose desenvolvida pela Fiocruz inicia estudos clínicos de fase 2

A vacina contra a Esquistossomose desenvolvida pela Fiocruz vai iniciar os estudos clínicos de fase 2. É a primeira vez que uma vacina para a vitória brasileira chega a estágio de testes tão avançado. A iniciativa é um dos projetos priorizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de garantir o acesso da população de países pobres a tecnologias de última geração em saúde.

A equipe do laboratório de Esquistossomose Experimental do Instituto Oswaldo Cruz, liderada pela pesquisadora Miriam Tendler, conduziu desde o início o estudo que resultou na tecnologia do imunizante conhecido como Vacina SM14. Uma situação que não é trivial e não é fácil, e é o desenvolvimento de vacinas parasitárias. Não temos ainda vacinas parasitárias em uso humano, então é uma área de inovação em áreas de alta necessidade, principalmente para os países mais pobres. Temos com esse selo da Organização Mundial de Saúde e esse apoio uma quase garantia de que vamos chegar a um final bem-sucedido.

  • Esquistossomose atinge atualmente cerca de 200 milhões de pessoas no mundo;
  • No Brasil, está presente em 19 estados;
  • É uma doença ligada à pobreza e à falta de saneamento básico;
  • Nas fezes de pessoas infectadas, quando despejadas sem tratamento em rios e outros cursos de água doce, contaminam a água com o verme Schistossoma e podem infectar algumas espécies de caramujos;
  • Por sua vez, os caramujos liberam larvas do verme na água e assim podem infectar outras pessoas pelo contato com a pele, reiniciando o ciclo.

Desenvolvimento da vacina SM14

A complexidade de um organismo reside naquele ponto fraco dele que, se eu conseguir destruir, não consegue mais viver. Então, basicamente, isso é o que conseguimos com a SM14, devido à complexidade enorme da quantidade em nome de estruturas de proteínas. Essa proteína é melhor estimulada a reação de anticorpos contra o organismo do Schistossoma. Esse é o grande feito que é a SM14.

Cada frasco como esse carrega uma dose da vacina que tem o potencial de interromper o ciclo de transmissão da esquistossomose. A Vacina SM14 já foi patenteada em mais de dez países e a realização da fase 2 de testes clínicos é fruto de uma parceria público-privada entre a Fiocruz e a empresa Origem Biotecnologia, que licenciou a produção. Nos estudos clínicos, o parceiro local é a organização não governamental Senegalize Explorer.

O produto brasileiro que vai ser um exemplo que podemos fazer aqui no Brasil a resolver os problemas no sul deste país, mas todo mundo. Essa fase do estudo será realizada no Senegal, na África. A Vacina SM14 será aplicada em voluntários que vivem em regiões endêmicas atingidas por duas espécies do verme Schistossoma, uma característica que não existe em nenhuma região brasileira. Cada pessoa receberá três doses da vacina, com intervalo de um mês entre elas. O objetivo dessa etapa é avaliar a segurança do produto e a capacidade de induzir imunidade nas pessoas vacinadas.

“A gente tem agora pela frente pelo menos três etapas de fase 2, que tem o objetivo principal de assegurar de confirmar a segurança em além dele. Então, essa é uma etapa crítica, ela deve levar entre dois anos e meio a três anos. Na fase final dessa etapa, a gente espera já poder é entrar numa fase de utilização em mais larga escala. Nós fazermos ciência colaborando, cooperando e não competindo. Isso mostra que, quando trabalhamos juntos, a gente pode realmente avançar muito mais em prol daquilo sobre o que a gente tem responsabilidade, que é melhorar a qualidade de vida da população”, afirma Miriam Tendler.

Fonte
Vacina inédita para esquistossomose: nova fase de estudos clínicos por Canal IOC