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Gravidez após câncer de mama: Histórias para inspirar.

Eu estou aqui hoje com a Milena, que é minha paciente muito especial e querida. Com a vitória dessa princesa que nasceu há 15 dias, a energia Milena passou por um tratamento oncológico de câncer de mama. Na ocasião, ela tinha 29 anos e pegou todo mundo de surpresa porque ela era muito jovem, tinha casado há pouco tempo e tinha o desejo de ter filhos.

Nesse primeiro momento, é sempre uma consulta difícil porque a gente tem que expor que o tempo é curto e muitas vezes a paciente não está preparada para isso. Eu também era assim, mas a gente sabe que não é assim, né? E que realmente, depois do tratamento, ainda tem que ter pessoas para te ajudar e a caminho de enfrentar desafios.

A gente tinha aquele momento, e então a gente correu contra o tempo: fez todas as medicações, foram pouco dias. Foi fazer aqueles dias e colhi os ovos. Ela já fez a cirurgia de retirada e eu escolhi os ovos no domingo. Na outra semana, eu já cheguei e fiz a cirurgia.

Depois da cirurgia, em 15 dias, eu já conversei sobre a quimioterapia. E com isso, ela conheceu o tratamento oncológico completo, teve alta do oncologista e do mastologista. E quando ela teve autorização para engravidar, ela viu que ela, no primeiro momento, ela não voltou a menstruar lembrando que a maioria das pacientes submetidas a quimio e rádio elas entram em amenorreia e entrou em falência ovariana. Então, até comentei com ela que temos que agradecer muito essa benção.

Foi possível engravidar espontaneamente depois de todo esse tratamento quimioterápico. O gráfico dela no primeiro momento estava passando gratuito com a gente, sabendo que o estado emocional da paciente tem um componente importante na infertilidade, né? Ansiedade, tudo isso com certeza pode interferir. Interfere inclusive no ciclo menstrual.

Altos níveis de serotonina podem fazer alteração do ciclo menstrual. E só a paciente não circular regularmente até pelo stress. Até porque a gente vê várias pessoas causas nem tem problema, mas por conta dessa pressão, da família, do marido, de “e se você não consegue engravidar?” Então, quando a gente faz uma apresentação, isso traz um conforto para o paciente, principalmente no caso dela, que ela voltou a circular. Diferente daquelas que, às vezes, fazem todo esse tratamento, que nunca mais veem essa paciente, ela já sofre o povo não, mas é o mesmo tempo. Ela sabe que ela tem um óvulo, ela tem uma chance e coisa lá, aquele óvulo vegetal, espermatozoide, embrião que acha. Tenta uma transferência, não consegui. O gráfico, eu acho que não tem dúvida de que estrago conforto durante o paciente.

Foi aquela já: “Se eu tive aquela chance e deu tudo certo, graças a Deus, você tenha confiança de que, se não der tudo certo, eu tenho uma segunda chance, eu tenho uma outra alternativa. Tá? Você se sente segura. Então, eu acho que isso faz toda a diferença. O grande problema, eu acho, é a falta desse vínculo do mastologista, o vínculo que o oncologista tem com cada paciente.

Fonte: Gravidez após o câncer de mama | Compartilhando Histórias por Humana Medicina Reprodutiva