Pular para o conteúdo

Entenda como avaliar um ECG em caso de infarto do miocárdio

Interpretação de Eletrocardiograma em Emergência Médica

Olá pessoal, eu sou o Dr. Júlio Marçal, médico clínico geral e cardiologista. Nesse vídeo, vamos continuar com aquela sequência de eletrocardiogramas importantes em emergência médica. Mas antes de começar o vídeo, eu peço para que vocês me sigam nas redes sociais, deixem o like nesse vídeo e se inscrevam no canal. Então vamos lá!

Esse aqui é o eletrocardiograma de hoje. Como sempre, para começar, a gente tem que ver se a identificação está correta, se o padrão é ele e que a velocidade de 25 mm por segundo. Nesse exame, está tudo ok.

Antes de começar a interpretação, a gente vai ter que trazer um pouquinho do contexto clínico desse paciente. Esse é um paciente que chega na emergência com muito mal estar, relatando dor torácica de forte intensidade e com o início um pouco menos de uma hora.

Quando o paciente assim chega na emergência, a gente tem que ir logo fazer o eletrocardiograma e já olhar direcionado por segmento ST. Em casa, a gente já vê olhando aqui por cima o segmento ST alterado. A gente tem aqui um supradesnivelamento do segmento ST. Podemos ver que ele tá aqui em V2, V3, V4, V5, D1 e AVL, ou seja, é um supradesnivelamento do segmento ST anterior extenso.

  • Importante: essa morfologia de supradesnivelamento do segmento ST é patológica e indica um infarto acontecendo naquele momento. É muito importante que todos vocês gravem muito bem essa morfologia de supradesnivelamento do segmento ST.

Já identificando essa alteração, a gente vai ter encaminhar o paciente logo para um cateterismo de urgência. Agora vamos aqui também terminar a análise desse exame que também vai ser importante para condução desse paciente.

Vamos tentar então seguir a sequência normal e fazer análise da onda J. Podemos aqui ver em D1, D2 e FF a onda J positiva que têm uma morfologia normal. O QRS é precedido de um PR de maneira regular, então a gente tem um ritmo sinusal. Logo por cima, a gente consegue ver que a distância entre um R e outro da três quadradões, ou seja, a frequência é de 75 batimentos por minuto. A gente vai jogar na forma, a gente vai ver também que isso é esse traçado é de 75 batimentos por minuto.

Seguindo o raciocínio, a gente consegue ver que o QRS estreito, ele tem menos o que três quadradinhos, sendo normal. E o segmento ST, a gente já viu o supradesnivelamento aqui na região anterior, mas a gente consegue ver aqui também um DIII e aVF um infradesnivelamento do segmento ST. Nesse caso, esse infradesnivelamento é uma imagem espelho daquelas derivações anteriores, ou seja, das regiões de V1, V2, V3. Isso porque essas elevações elas meio que olham de maneira quase que opostas, então um supra numa delas pode traduzir na outra com um infra que é o que acontece nesse caso. Esse hein e nada mais é do que uma imagem espelho das elevações anteriores.

Agora vamos tentar correlacionar esse supra com qual artéria que é culpada pelo infarto. Isso geralmente é muito bem correlacionado nos infartos com supra de ST e nesse caso, lembrando que o ST está nas elevações de V2, AVL, D1 e aVF. Esse é o território da artéria descendente anterior e nesse caso, vemos um acometimento da região anterior extensa. Artéria descendente anterior vai tá se noutro LDA na região proximal, provavelmente próximo da origem, ou seja, é um infarto gravíssimo.

Então é isso aí pessoal, espero que vocês tenham gostado. Não se esqueçam de acompanhar toda essa sequência de vídeos de eletrocardiograma na emergência. Deixem suas críticas e comentários e até a próxima.

Fonte
Infarto do miocárdio – avaliando o ECG por MedTV – DrJulioMassao