O transtorno obsessivo compulsivo, TOC, é um transtorno que tem tratamento e o tratamento mais eficaz é a terapia cognitivo-comportamental, TCC. Qualquer forma de trabalho que temos é justamente ajudando o paciente enfrentar através da exposição, porque a gente percebe que precisa provocar e incentivar a gente a entrar de frente para então perder o medo. O que acontece é normal quando a gente está enfrentando o medo: nossa ansiedade sobe. Sobiu em cima, subiu até atingir o topo. Nosso medo é que, quando atinge o pico, aconteça algo grave.
Quando a sociedade sobe, nosso coração começa a bater com mais força, no nosso peito começa a ficar apertado, às vezes dá uma falta de ar que a pessoa tem medo de que com esse sintoma aconteça algo grave, por exemplo, “meu coração está batendo demais, tenho medo de um enfarto”. E na verdade isso não acontece. Esses sintomas de ansiedade de fato aumentam quando você está expondo o paciente ao enfrentamento daquilo que mais tem medo. No caso do TOC, por exemplo, é ajudar a explorar algum pensamento/alguma obsessão ou te ajudar a conseguir não realizar uma compulsão, aquele “ritual”. Nisso é claro que a ansiedade vai sim aumentar, mas não há perigo de nada grave acontecer, no máximo um desconforto. E o desconforto passa.
O que acontece é que todos nós temos medo. Existe um fenômeno chamado de habituação. O que significa isso? Que o nosso corpo consegue se habituar a sensações desagradáveis. Então, a habituação é um fenômeno no qual essas sensações desagradáveis elas façam um exemplo disso é meu medo que a gente sente ao iniciar a dirigir. Então você começa a dirigir, no meu caso no dia que fui fazer a baliza minha perna não parava de tremer, parecia que eu estava com um problema na perna, não conseguia nem para ela. Com o passar do tempo, quando eu vou dirigir o carro, aquela sensação começa a diminuir. Ou por exemplo, quando você entra num cinema e tá um barulho altíssimo, no início incomoda você, mas depois fica… acontece esse incômodo com o desuso, e o conforto passa.
Do mesmo modo, o enfrentamento do TOC no início é muito grande, mas depois, fazendo sempre, passa. E é isso que muitas vezes você tem medo: de ter que passar por essa situação. Porém, é o caminho, é a saída. A habituação é algo que você já se permitiu em diferentes áreas da sua vida para pensar em algumas situações que geraram ansiedade, que tiraram o medo e hoje não geram mais. Porque isso aconteceu? Porque de alguma forma você se permitiu estar naquela situação incômoda e, com o tempo, esse medo, esse desconforto foi diminuindo.
Então, saiba disso que sim, acontecer, e ela vai fazer com que você tenha coragem para enfrentar um TOC diferente. Mas é a sua chance de você ter uma melhora. As chances de seus sintomas reduzirem, de sua qualidade de vida voltar a aumentar, são muito grandes. Então, se você tem que lidar diferente, mas é esse lidar diferente que vai aumentar as chances de dar certo esse tratamento.
É isso, pessoal. Qualquer dúvida, sugestão, deixem aqui. Acho que vou adorar saber. Quem quiser acompanhar mais de perto, eu sugiro que vocês me sigam no Instagram: “https://www.instagram.com/–egran/”. Para vocês, Miss Gay, bom, é isso.
Fonte: Como a habituação pode te ajudar a enfrentar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)? por Leila Sleiman