Olá, já olhou para a sua classe hoje?
Nossos amiguinhos são todos diferentes, e é isso que os faz ser quem são. Aposto que já ouviram da mãe de vocês: “o que seria do azul, se todos gostassem do amarelo?” Bom, isso vale para toda a nossa vida!
Olhem para o lado, muitos rostinhos e expressões diferentes… Mas hoje vamos falar de uma diferença específica! Uma diferença que, infelizmente, ainda enfrenta muito preconceito… Muitos torcem o nariz quando se deparam com essa diferença…
Estamos falando do autismo… Olhando para o Marcelo nem notamos que ele é autista. Pois autismo é um transtorno neurobiológico, ou seja, que acontece lá dentro do nosso cérebro, do nosso sistema nervoso. Quem tem autismo, nasce com essa condição – por isso o “biológico” – e, até hoje, não é conhecida nenhuma cura.
Mas o que faz uma criança com autismo ser diferente? Vamos pegar o exemplo do Marcelo: os pais do Marcelo, quando ele atingiu a idade que deveria começar a andar e falar, perceberam que ele era diferente. Marcelo tinha mais dificuldade para articular as palavras e formar frases, bem como demorou mais para andar. Além disso, Marcelo parecia muito sensível aos sons, a imagens e a todos os estímulos externos. Por tudo isso, às vezes, Marcelo tinha reações que os pais e a escola consideravam “exageradas”…
Muitas vezes achamos esquisito o diferente, então implicamos com isso. Mas precisamos quebrar com o preconceito como o Marcelo e com todos os autistas. E precisamos da ajuda de vocês para isso! Podemos contar com vocês?
O que será que acontece na cabeça do Marcelo? Por que será que ele reage da maneira que reage? Com gritos, sacolejos, etc…. Muitas vezes ele não entende o que os outros dizem e não consegue nos dizer o que está sentindo… Isso dificulta qualquer relação! Precisamos entender o que se passa com Marcelo para construirmos uma sociedade melhor e mais respeitosa!
Para Marcelo, qualquer estímulo, mesmo que pequeno, representa um grande impacto em seu sistema nervoso. Sabe quando você está em uma sala escura e, de repente, sai direto para o sol? Ou em uma sala silenciosa e sai para um parque de diversões? Nesses casos, nossos olhos e ouvidos doem com tantos estímulos! A cabeça de Marcelo reage assim sempre, a todos os estímulos. Quando todos falam ao mesmo tempo não conseguimos entender ninguém. Mas Marcelo entende todo mundo, escuta tudo ao mesmo tempo. O mesmo vale para imagens, sons e odores. Ele absorve tudo. Por isso, às vezes ele fica agitado ou nervoso, é informação demais para ele. Parece pirraça, mas ele está sentindo muita dor. Às vezes pensamos que é por maldade, mas precisamos conhecê-lo melhor para entender.
Ele pode falar pouco, mas mesmo assim ser muito inteligente. Pode ter dificuldade para jogar bola, andar de bicicleta ou escrever, mas usa muito bem o tablet e o computador. Durante as brincadeiras ele pode se afastar um pouco ou ficar sozinho, às vezes ele precisa se isolar porque sua cabeça fica muito confusa com tantos estímulos: ele precisa se acalmar. Ele pode não entender as brincadeiras de faz-de-conta que a maioria das crianças faz, por isso, ele pode preferir fazer as próprias brincadeiras, alinhar e organizar seus brinquedos e materiais…
Outra coisa importante: Marcelo pode ter dificuldade de entender o que chamamos de “figuras de linguagem” e ironias, isso porque pensa concretamente… Quando alguém diz que morreu de rir, por exemplo, ele entende que a pessoa morreu mesmo!
Marcelo é especial, mas é preciso lembrar: ele é uma criança, como você! Só precisa de uma chance para mostrar todo o seu potencial! Ele não escolheu ter autismo, precisamos dar a oportunidade para ele se desenvolver – e isso não é tarefa só do professor, mas dos amiguinhos também!
E aí, vamos entrar nessa?
Fonte: Vídeo educativo – Autismo por Paula Penteado
