É uma história emocionante: um paciente em estado terminal recebe homenagem em hospital aqui em Goiânia e não poderia ser de outro jeito, não viu gente? Palavras de carinho e uma última canção. Um paciente doente tem vida, tem sonhos e precisa ser tratado com dignidade. Foi dessa maneira que a equipe do HGG conduziu o tratamento da paciente Rogéria Maria Gonçalves, que, após ter um AVC, descobriu um câncer em fase terminal.
A médica residente Luan Chaveiro, com a voz embargada, foi medicar pela última vez a paciente, que aconteceu na última sexta-feira. Nada de injeções, exames ou comprimidos. Foram palavras de força, fé e carinho. Um remédio para a alma. “A senhora vem, não deixe nada, não viu gente?”.
O Rogério tinha 62 anos, era professor. Ficou internado várias vezes, chegou a melhorar e ir para casa, mas teve uma piora no quadro e voltou para a unidade. No dia 27 de julho, morreu nesta madrugada no Hospital Estadual Alberto Rassi. Tomava a música popular brasileira.
A médica Luan, sabendo disso, pediu ajuda do irmão que toca violão. O advogado Tarihan Chaveiro cantou para ela um trabalho que sempre é realizado pelo Núcleo de Apoio ao Paciente Paliativo do HGG. Quem estava no ambiente viu a professora com os olhos iluminados. Ela estava feliz em seus últimos momentos. Foi muito especial porque ela era uma paciente que se mostrou muito. Que é uma compreensão muito grande da questão da finitude dela. Não era uma doença que era ameaçadora, mesmo para nossa irmã, muito grande. Por isso a gente fala que ela foi uma professora para nós e quando ela recebeu a notícia, ela fez o que elas esperavam, assim: “O que é meu? E a porta de ninguém?”.
O que eu tenho que ver? Uma bebedeira que inventou tudo isso. De uma maneira muito bonita, muito forte e muito professora assim para todos nós, lembrando sempre feliz. Então, nada não.
Fonte: JSD (15/08/20) Despedida emocionante de uma paciente terminal do Hospital Geral de Goiânia por TV Serra Dourada SBT