Olá! Hoje vamos falar sobre alucinações relacionadas à demência, seguindo aquela sequência de vídeos que explicam as alterações psicológicas e comportamentais nas demências.
Então, o que é uma alucinação? Uma alucinação é uma experiência sensorial, ou seja, o paciente sente algo, vê algo ou escuta algo que somente ele possui, ninguém mais compartilha dessa experiência sensorial com o paciente. Em primeiro lugar, em relação à alucinação, a gente precisa realmente verificar se aquilo que o paciente está relatando que está vendo, ao sentir etc., é verdadeiramente não está acontecendo, porque isso faz parte da definição dessa alteração psicológica.
Verificado que realmente o que o paciente está relatando não está acontecendo, a gente precisa saber como está a visão e a audição desse paciente, pois o teste visual e auditivo contribuem para uma piora dos quadros de alucinação.
O que mais a gente pode fazer em relação a essa alucinação é perceber se ela perturba ou não o paciente. Por exemplo, se uma criança só ele está vendo e essa criança não está causando nenhuma perturbação para o paciente, não há muita necessidade de gerar muito problema em relação a essa alteração. A gente pode simplesmente direcionar a atenção do paciente para outra coisa. E certamente, algum medicamento, numa situação como essa, vai ter uma relação custo-benefício desproporcional.
Já no caso das alucinações que são perturbadoras, aí sim a gente precisa avaliar a necessidade de medicamento, embora nem sempre sejam necessários. A comunidade forma não farmacológicas e, muitas vezes, quando a alucinação gera medo no paciente, a gente precisa levá-lo para um cenário aqui que diminui esse medo. Um ambiente mais iluminado, ao lado de uma pessoa em quem ele confie, uma conversa calma, pode ser suficiente para desfazer uma alucinação perturbadora.
A gente precisa também ter em mente que, como isso faz parte da doença, a gente não pode, de maneira alguma, acusar o paciente ou mesmo confrontá-lo. Lembrando que a gente está falando de demência, ou seja, o paciente tem alterações cognitivas que fazem com que a gente tenha que adaptar nosso discurso verbal, a uma tentativa de multiplicação sobre a realidade. Dizer que aquilo que ele está vendo não está acontecendo pode acabar sendo contraproducente. Então, não vale a pena ficar dizendo que o paciente que aquilo que ele está vendo não, não só ele está vendo, que eu quero que ele esteja ouvindo, só ele está ouvindo. A gente deve direcionar a atenção do paciente com uma fala tranquila e um ambiente tranquilo, tentando lidar de forma não farmacológica, com aquela alucinação perturbadora.
Além de todas essas questões que a gente está falando, é bom frisar que nem sempre a alucinação é um segundo da doença de Alzheimer. Isso acontece mais em casos moderados e avançados e a gente precisa fazer o diagnóstico diferencial com esquizofrenia ou mesmo com quadro de depressão com sintomas psicóticos. Ou seja, se o paciente com doença de Alzheimer está apresentando algum tipo de alucinação, leve ele ao médico para que seja feito o diagnóstico correto e avaliação da necessidade do tratamento correto também.
E mais uma vez me coloco à disposição para tirar dúvidas. Deixe seus comentários que aqui nos vídeos a gente vai tentando sanar essas dúvidas aos poucos.
Fonte: Alucinações na Doença de Alzheimer por SAÚDE DOS IDOSOS COM DRA. NALITA MUGAYAR