É uma doença do coração causada pelo estresse. É um mal silencioso que cresceu nesse período e pode matar. Ela é provocada por emoções, não tem cura nem tratamento, mas a boa notícia é que é passageira. Tristeza, preocupação, estresse: a pandemia de coronavírus pode colocar em risco a vida mesmo de quem não está contaminado. É por causa da chamada síndrome do coração partido.
Este cardiologista recebe queixas no consultório, com cardiologistas tendo muitos idosos também. E essa questão é universal. “Doutor, não aguento mais ficar preso” é a doutora. “Eu não, eu tô triste. Eu não faço mais nada. Eu não vejo a minha família”. O nome oficial é síndrome de Takotsubo, em referência à armadilha utilizada no Japão para capturar polvos. Quem sofre da doença fica com o coração partido. Mesmo o nome da filha do coração partido se derivou justamente por ser uma perda afetiva muito grande. É o início do reconhecimento desses símbolos da perda de um grande amor ou de um animal de estimação.
A doença simula um infarto, mas não é. É uma descarga de adrenalina do nosso próprio corpo que ataca o coração. Na Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, a doença foi diagnosticada em quase oito por cento dos pacientes que chegaram ao pronto-socorro com dores no peito em março e abril deste ano. Tudo indica que, por causa do estresse causado pela pandemia, no Brasil, em tudo ainda a ser publicado, a surpresa é que a taxa de mortalidade pode passar de 16 por cento um ano após os primeiros sintomas.
Dois dos clientes acompanhados do Rio de Janeiro, em Niterói, identificaram o estresse emocional como origem do problema. A síndrome também pode afetar quem recebe, de surpresa, uma boa notícia. Nos Estados Unidos, ao menos um caso foi ligado a um paciente que ganhou em um cassino. Tem que pensar nisso na hora que foi comemorar. Com aquela deixa, comemorar com calma porque esse é o mesmo tã. Aqui eu posso ter problema. Na pandemia, a dica dos médicos é cuidado.
Fonte: Síndrome do ‘coração partido’ cresce com a pandemia e pode ter alta taxa de mortalidade por Jornal da Record