Olá, agora vamos falar sobre a situação de uma moradora de Camboriú. Já mostramos um trecho dessa história no começo do Balanço Geral. Ela precisa de uma cirurgia para retirada de um cisto no ovário – um procedimento que precisa ser feito urgentemente. O problema é que ela foi encaminhada para tratamento fora de domicílio há mais de seis meses e não sabe quando esse procedimento vai ser feito. Enquanto isso, o cisto cresce e cresce – já tem mais de 30 centímetros de diâmetro. Nossa equipe esteve na residência dessa moradora de Camboriú e mostramos para você o drama que ela está vivendo
O choro de Simone é de desespero. Sem conseguir se levantar com falta de ar e muita dor, a dona de casa que tem 50 anos de idade passa os dias e as noites assim na cama. Simone tem um cisto no ovário que já mede mais de 30 centímetros de diâmetro. Sua barriga está muito grande e pesada – ela mal consegue se levantar para ir ao banheiro.
O cisto foi encontrado em julho do ano passado quando ela procurou o médico do posto de saúde porque sentia muitas dores. Logo o problema foi descoberto e ela foi encaminhada para cirurgia. Mas até agora o procedimento não foi feito e o cisto não para de crescer.
O que mais chama a atenção nessa história de Simone é que ela teve todo o atendimento e o encaminhamento necessário. Ela foi atendida pela Secretaria de Saúde da cidade de Camboriú e encaminhada para o TFD (Tratamento Fora de Domicílio). Esse documento aqui é o que comprova isso. Inclusive, aqui o médico pede urgência na cirurgia dela.
Nesse caso, a cirurgia deve ser realizada no Hospital Marieta – mas por enquanto não se tem previsão de quando ela vai acontecer. Existe uma fila de espera de pacientes de toda a região. A última vez que Simone teve notícias, ela estava em sexto nessa fila. Mas não tem previsão para chamarem.
Não tem previsão para me chamar e eu já fiquei internada lá e pensei que eu ia continuar lá e ia sair de lá operada, mas não. Mesmo assim, eles pegaram o cuidado de me dispensar e mandaram tomar medicação em casa. Com a barriga desse tamanho, eu tô aqui esperando na barriga cada dia mais crescendo e não podendo nem tomar meu banho no poço, nada. Não posso nem comer. Eu como só um pouquinho porque o estômago já pergunta “não tem espaço”. O médico falou que vai dificultar a minha respiração e mandou ficar aqui em casa esperando, esperando. Mas até quando eu vou ficar esperando?
Não sei se alguém já ouviu dizer que saúde não espera. Nós entramos em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Camboriú, que informou que o caso desta senhora é de responsabilidade do NACOM. A Secretaria afirma também que a parte do município foi feita.
Já a Secretaria de Estado da Saúde informou que a paciente recebeu atendimento médico e foi inserida na fila do SISREG para a cirurgia eletiva, que é considerada não urgente. E isso, apesar do laudo do médico dizendo que ela precisa da cirurgia com urgência. Os critérios para a inserção são definidos pelo médico após consultas a outro médico. O Estado afirma que vem se empenhando para ampliar os serviços oferecidos e nesta semana deve concluir a nova política de cirurgias eletivas em Santa Catarina.
A tão mal dita burocracia é por meio da assessoria de imprensa que o Hospital Marieta afirmou que o município é quem deve autorizar o procedimento. Ou seja, o município diz que a parte dele já fez, agora o Hospital Marieta diz que quem deve autorizar é o município. É o jogo de empurra. Enquanto isso, está lá a moradora da cidade de Camboriú com esse barrigão que não consegue nem ir ao banheiro. As dificuldades de mobilidade e por mais que o laudo de exame diga que não é urgente, não é para a morte, mas e aí? Ela não consegue se mover, não consegue cozinhar, trabalhar, ir ao banheiro, se levantar é inviável. A vida tem que agilizar o processo, não pode ficar esperando. É uma vergonha. Nós vamos continuar acompanhando e vou repercutir isso também em outros meios, porque se não for dessa maneira, as coisas, infelizmente, não se resolvem.
Fonte: Moradora de Camboriú com cisto gigante espera por cirurgia há mais de seis meses por Balanço Geral Itajaí
