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Cetose em Bovinos: Conheça as Doenças Metabólicas


Olá,
Os alunos da quinta médica de ruminantes no curso de Medicina Veterinária do Uni BH, com os professores Gustavo Moreira Andrade, estavam na Fazenda Palmeiras, município de Paraopeba, Minas Gerais, propriedade de grande destaque na produção leiteira com a raça Gir Leiteiro e Girolando. Estamos em um galpão de vacas pós-parto e vamos falar sobre a importante doença metabólica que acomete esses animais, especialmente nessa fase de produção.
Há setores que envolvem a compreensão e os cuidados no periparto, período que compreende três semanas que antecedem o parto até três semanas após o nascimento de um bezerro, sendo determinantes para o surgimento de doenças metabólicas que podem influenciar na produtividade e nos gastos gerados nas fazendas leiteiras.
A cetose é uma importante doença metabólica que acomete as vacas leiteiras, especialmente animais de maior produção no período pós-parto, e pode ocorrer nas formas clínica e subclínica. A literatura define essa intimidade como desequilíbrio entre demanda e oferta energética que pode levar à mobilização de gordura e um consequente aumento da concentração de corpos cetônicos a níveis tóxicos nos fluidos corporais.
A incidência da doença é variável, mas pode atingir até 60% das vacas, apresentando grande importância econômica não apenas pelos gastos decorrentes do tratamento, mas por perdas na produção leiteira e pela predisposição a outros transtornos.
O período periparto é também conhecido como fase de transição, sendo o mais crítico do ponto de vista de equilíbrio nutricional, uma vez que as exigências da vaca não são supridas pela quantidade de alimento que ela ingere, causando um estado de energia conhecido como balanço energético negativo. A partir daí, visando a suprir essa diferença, o animal inicia mobilização de gordura para produção de energia, liberando na circulação catabólicos tóxicos, os chamados corpos cetônicos, que causam a cetose.
A cetose é caracterizada por baixa de glicose sanguínea, excesso de corpos cetônicos nos fluidos corporais, falta de apetite, letargia ou excitabilidade, perda de peso, menor produção de leite e, ocasionalmente, em casos severos, falta de coordenação e sinais neurológicos.
O diagnóstico do quadro de cetose está relacionado aos sintomas clínicos associados à medição dos níveis de corpos cetônicos na urina, no sangue e no leite, por meio de equipamentos portáteis. Como na maioria das doenças, a prevenção é a melhor opção e algumas ações são determinantes nesse processo.
Administrar o score de condição corporal da vaca no final da gestação é uma prática importante de manejo para minimizar a cetose e outras doenças metabólicas pós-parto. Num intervalo de 1 a 5, o score dos animais ao parto deve encontrar-se entre 3 e 3,5, segundo alguns estudos.
Ajustar o manejo nutricional de vacas secas e em transição é importante para fornecer todos os nutrientes requeridos, minimizar a redução na ingestão de matéria seca e adaptar o rúmen para as mudanças futuras nas dietas de lactação. Qualquer fator que resulte na redução de ingestão de matéria seca aumenta o risco de ser acometido pela doença, o que ocorre naturalmente no periparto devido ao estágio avançado da gestação, bem como às mudanças metabólicas que ocorrem nesse período.
Durante a última semana de desenvolvimento, o feto usa aproximadamente 46% da glicose materna. Quando a amamentação se inicia, a glândula mamária requer uma grande quantidade de glicose para a síntese da lactose do leite. Estima-se que a glândula mamária consuma 60 a 70% de toda a glicose do corpo.
Fique atento e evite a cetose, garantindo maior produtividade dos seus animais.
Fonte: Doenças Metabólicas dos Bovinos – Cetose por Agro Brasil