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Descubra a verdade sobre o óleo de coco: benefícios e mitos.


Em agosto de 2017, foi publicado um artigo por colaboradores da revista Lápem, divulgando os resultados de uma pesquisa sobre o efeito anticâncer do óleo de coco. Os pesquisadores avaliaram a capacidade do ácido láurico em destruir as células do câncer de mama e do câncer endometrial.
O ácido láurico é um triglicerídeo de cadeia média presente em abundância no óleo de coco. Os resultados apresentados no estudo demonstraram que o ácido láurico possui propriedades antiproliferativas e proapoptóticas, capacidade de inibir a replicação das células e induzir morte celular.
Entretanto, esse foi um estudo realizado em vitro, ou seja, os testes foram realizados em células cultivadas em laboratório, não sendo realizado, portanto, testes com animais ou seres humanos. Por isso, apesar de animadores, esses resultados não são suficientes para afirmar que o óleo de coco possa ser utilizado pelos seres humanos para tratamento de câncer de forma efetiva, ou que o seu uso em grande quantidade seja seguro.
A partir daí, diversas notícias começaram a surgir trazendo potenciais benefícios anticâncer do óleo de coco. Entretanto, é importante ressaltar que não foi encontrada nenhuma evidência que comprove ou sugira que o óleo de coco possa ser utilizado de forma eficaz no tratamento de qualquer tipo de câncer.
O óleo de coco já vem ganhando muita popularidade nas dietas para emagrecimento, com grande apelo de alimento saudável e natural. No entanto, da mesma forma, não existem estudos científicos que comprovem a sua efetividade para a perda de peso ou benefícios da sua ingestão diária.
Recentemente, em uma palestra divulgada no YouTube que viralizou pela internet, a professora de nutrição de Harvard, Karen Michels, criticou veementemente o consumo do óleo de coco. Michels afirma que ele pode ser mais prejudicial que a banha animal, porque contém quase exclusivamente ácidos graxos saturados, que podem levar ao colesterol e, consequentemente, entupimento das artérias coronárias.
Frente a essas polêmicas, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica posicionaram-se contra a utilização do óleo de coco para emagrecimento, considerando a falta de evidências científicas de eficácia e por apresentar potenciais riscos para a saúde.
Também não é recomendado o uso regular de óleo de coco como o óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e pró-inflamatórias. O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas, como soja, oliva, canola e linhaça com moderação é preferível para a redução do risco cardiovascular.
Adicionalmente, a maioria das diretrizes dietéticas internacionais recomendam a ingestão de gorduras saturadas com moderação.
Fonte: Óleo de coco: cura o câncer e emagrece? por CCATES