Será que o que você sabe sobre a doença de Alzheimer é verdade? Eu sou o André, doutor em psicologia, e este vídeo é a nossa contribuição para a campanha do fevereiro roxo que visa aumentar a conscientização sobre doenças como o Alzheimer, lúpus e fibromialgia. Na doença de Alzheimer, a pessoa vai perdendo suas capacidades cognitivas básicas de forma progressiva, tais como as de pensar, lembrar das coisas e falar, o que vai dificultando bastante a sua vida. Ela corresponde a mais da metade dos casos de demência e afetou cerca de 30 milhões de pessoas no mundo em 2015. A tendência é que esse número dobre até 2030 e triplique até 2050.
Agora vamos explorar alguns mitos sobre o Alzheimer:
- O primeiro é o de que a perda de memória é o início da doença. Décadas antes de qualquer sintoma como esse, podem ocorrer mudanças silenciosas e danosas em certas partes do cérebro da pessoa e ainda não entendemos tão bem assim porque elas ocorrem. Para ser mais exato, uma das coisas que acontece é o aumento anormal de placas senis e emaranhados neurofibrilares no cérebro, as quais são compostas, respectivamente, da proteína beta-amilóide e proteína tau. Essas mudanças promovem a morte de neurônios e a perda de conexões neurais.
- O segundo mito é o de que o Alzheimer só ocorre em pessoas mais velhas. É verdade que a maior parte dos casos se manifesta de forma mais clara entre pessoas com 65 anos ou mais. Só que essa doença também pode se manifestar de forma precoce em pessoas com idades em torno de 30, 40 ou 50 anos. Esses casos representam entre 1 a 6% de todos os casos de Alzheimer e costumam ter uma forte influência genética.
- Outro mito persistente é o de que o Alzheimer sempre é causado por fatores puramente genéticos. O Alzheimer pode ser causado por diferentes fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Quem dorme mal, tem diabetes ou hipertensão arterial, por exemplo, possui uma probabilidade maior de desenvolver Alzheimer. Ninguém está fadado a desenvolvê-lo ou totalmente livre dele só por causa do histórico familiar com a doença.
- O último mito é o de que o Alzheimer nada mais é do que uma parte natural da vida. O declínio cognitivo realmente é natural. Pessoas mais velhas tendem a apresentar com mais frequência problemas como perda de memória recente. Mas isso é diferente do que ocorre no Alzheimer. A perda de memória recente, por exemplo, é muito mais abrupta e incapacitante do que costuma acontecer com a maioria das pessoas.
Infelizmente, até o momento, não existe uma cura para o Alzheimer, mas, mesmo assim, pode haver conforto. Contando com o apoio de familiares, amigos e profissionais da área da saúde, a pessoa pode ter qualidade de vida por um bom tempo. Outra constatação não muito feliz é que a tendência do Alzheimer é de atingir cada vez mais pessoas. Se quisermos mudar isso, precisamos entender melhor essa doença e testar novos tratamentos. Precisamos de mais investimento em ciência.
Fonte: 4 MITOS SOBRE O ALZHEIMER por Minutos Psíquicos