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Tratamento de dor em Herpes Zoster: Saiba por que é crucial agir rápido e corretamente.


Olá pessoal! Meu nome é Gravação Domédico, sou especialista no tratamento de dores crônicas. Hoje vou falar sobre o episódio de uma doença que causa bastante dor e principalmente o que fazer para diminuir as chances dessas dores se tornarem crônicas.
O primeiro ponto importante é que o herpes-zoster não tem nada a ver com aquele herpes simples, como o herpes genital ou o herpes labial. O episódio é na verdade uma reativação do vírus da catapora. O paciente precisa passar por algumas fases para ter o episódio.
Então, inicialmente, como antes não havia vacina, a maioria das crianças teve catapora, cujo nome científico é varicela. Na maioria das vezes, acaba cicatrizando sem maiores problemas, além de deixar alguma marquinha na pele ou outra. Esse vírus que estava na pele fica adormecido quando a catapora é curada e ele fica adormecido nos nervos.
Em algum momento da vida, há uma queda da imunidade e aí o vírus acorda. Quando o vírus acorda, ele faz um caminho inverso, ele vai do nervo até a pele, quando ele chega na pele, ele promove uma série de lesões com várias bolhas que doem demais. A dor é do tipo queimação que o paciente mal consegue tocar na área afetada. À medida que o vírus vai caminhando do nervo até a pele, ele vai destruindo o nervo e é por isso que dói muito.
Na grandessíssima maioria das vezes, essa lesão acontece só de um lado do corpo e pode acometer qualquer região. É mais comum na região torácica e lombar, mas pode acontecer até na região da face.
Às vezes, a pele cicatriza, mas os nervos não, porque a pele tem uma capacidade de cicatrização muito maior que a dos nervos. E aí acontece o que chamamos de neuralgia pós-herpética, que é a dor crônica relacionada ao herpes zoster. Isso é muito importante que nós tenhamos evitar, porque é uma entidade de difícil tratamento. É muito importante que o tratamento para esse tipo de problema seja iniciado o quanto antes. Quanto mais rápido fizermos o tratamento, maiores as chances de sucesso.
E aí nós devemos usar medicamentos antivirais para acelerar a morte do próprio vírus. Isso deve ser iniciado antes de 72 horas do início dos sintomas. Usamos também alguns analgésicos simples, como a dipirona e o paracetamol, alguns anticonvulsivantes que ajudam a estabilizar aqueles nervos que estão inflamados. Alguns antidepressivos também têm efeito em dor crônica e alguns medicamentos mais fortes, como a morfina.
Isso é o que chamamos popularmente de bloqueio. O bloqueio consiste na introdução de uma agulha milimetricamente ao lado desses nervos que estão inflamados. Nós fazemos isso sob a ultrassonografia ou raio-x específico do centro cirúrgico. Quando a agulha está bem posicionada, fazemos uma infiltração com uma substância anestésica e anti-inflamatória. A realização desses bloqueios é de fundamental importância e é fundamental importância também que eles sejam feitos o mais precoce possível, porque o que fazem estudos já comprovaram é que, além de diminuírem a dor do paciente de forma mais rápida, eles conseguem diminuir as chances do paciente evoluir para aquilo que nós chamamos de neuralgia pós-herpética, ou seja, ele tem o poder de diminuir as chances do paciente desenvolver a forma crônica da doença que é muito mais difícil.
E nada acontece se o paciente com herpes zoster procurar o especialista em dor, ele procura um clínico geral, procura infectologista ou dermatologistas e isso acaba atrasando demais o tratamento mais adequado da dor. Ele deve sim procurar com rapidez um especialista em dor para ter um tratamento mais eficaz, se existe qualquer dúvida.
Fonte: Herpes zoster: Por que é tão importante tratar a dor rápida e adequadamente? por Dr. André Mansano – Tratamento da Dor