Olá pessoal,
Sou doutora em áreas de cirurgião vascular e endovascular, formada pela Universidade de São Paulo e hoje nós vamos conversar sobre a doença arterial obstrutiva dos membros ou a doença arterial periférica.
Essa é uma doença que vem aumentando muito a sua incidência devido aos hábitos de vida inadequados da população. Enquanto as veias trazem o sangue de volta ao coração, as artérias levam o sangue e o oxigênio aos tecidos e órgãos. A doença arterial obstrutiva periférica ocorre devido ao estreitamento ou interrupção das artérias devido ao depósito de placas de gordura e cálcio nas artérias, a chamada aterosclerose. Quando ocorre nas carótidas ou nas artérias do cérebro, pode ocasionar o AVC que é o acidente vascular cerebral ou derrame. Se ocorre no coração, pode ocasionar o infarto agudo no miocárdio. Esse ocorrem nos membros inferiores ou na horta na cênicas, levando à doença arterial obstrutiva periférica, que é tratada pelo cirurgião vascular. Com as artérias estreitadas ou obstruídas, o sangue rico em oxigênio não consegue chegar ao seu destino, levando à lesão dos tecidos periféricos.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento desta doença? Os principais fatores de risco são a hipertensão arterial, controlada ou descontrolada, o diabetes descontrolado, o tabagismo que é o principal fator de risco, a obesidade, o sedentarismo e os níveis altos de colesterol.
Quais são os sintomas dessa doença? Inicialmente, o depósito de gordura nas artérias é silencioso, e a pessoa não apresenta sintomas. Quando começa a apresentar sintomas, o depósito de gorduras e o estreitamento já estão mais avançados. O primeiro sintoma é a claudicação intermitente, que é uma dor que acontece na perna, principalmente na panturrilha, do tipo queimação que aparece cada vez que a pessoa andou alguns metros e a pessoa é obrigada a parar para se recuperar, para que a circulação passe. Isso ocorre porque a musculatura da perna exige sangue oxigenado para funcionar adequadamente. Se esse sangue não chega adequadamente na extremidade quando a musculatura é exigida, ocorre a dor. Em estágios mais avançados, a dor ocorre mesmo em repouso, ou seja, mesmo sem a movimentação, o paciente sente dor em queimação na perna ou nos pés. Outros sintomas são frialdade dos pés e sensação de formigamento. O último estágio da doença é o aparecimento de feridas e úlceras nas pernas ou nos pés de difícil cicatrização. A gangrena é quando a morte do tecido, ou seja, não é mais possível a sua recuperação. Fotos dessas gangrenas aparecem nas embalagens dos cigarros, exemplificando os riscos que os fumantes estão correndo com essa doença. Portanto, é grave e pode levar à perda do membro. E se essas feridas se infectaram, pode levar a uma infecção generalizada ou septicemia, que pode combinar a morte da pessoa.
A história clínica e o exame físico são essenciais para o diagnóstico desta doença. Alguns exames complementares são necessários para detalhar o local e grau de obstrução, como por exemplo, o ultrassom doppler arterial dos membros inferiores ou até mesmo a angiotomografia dos membros inferiores.
O primeiro passo para o tratamento dessa doença é o controle dos fatores de risco, ou seja, o controle do diabetes, da hipertensão, dos níveis de colesterol, perda de peso, uma alimentação saudável e, principalmente, a interrupção do tabagismo. Nas fases iniciais da doença, é realizado o tratamento clínico. Já em estágios mais avançados, devido ao risco iminente de perda do membro, é necessário tratamento cirúrgico, que é realizado principalmente com a angioplastia que é um tratamento endovascular minimamente invasivo e que nós falaremos no próximo vídeo.
Se você deseja saber mais sobre as doenças vasculares, inscreva-se aqui no canal, deixe suas dúvidas aqui embaixo e nos vemos nos próximos vídeos.
Até lá!
Fonte: Obstrução Arterial dos Membros – Dra. Nayara Cioffi Batagini – Cirurgia Vascular e Endovascular por Dra. Nayara Cioffi Batagini – Cirurgia Vascular