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Lúpus Eritematoso Sistêmico: Entenda Sintomas e Tratamentos com Dra. Juliana Silvatti, Reumatologista.

Lúpus Eritematoso Sistêmico

O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, os auto-anticorpos que deveriam atacar bactérias e vírus atacam nossos próprios tecidos. Ela é inflamatória e multi-sistêmica, ou seja, pode acometer diversos órgãos e funciona num ritmo de remissão e atividade.

Qualquer um pode ter lúpus, mas ela é mais comum em mulheres entre 20 e 45 anos. As manifestações clínicas do lúpus são muito variáveis de pessoa para pessoa. Alguns podem ter acometimentos muito leves, como um quadro articular ou cutâneo, e outros podem ter acometimentos mais graves.

Entre as principais manifestações da doença, podemos citar:

  • Sintomas sistêmicos, como febre, perda de apetite e perda de peso
  • Quadro cutâneo que geralmente piora com a exposição solar, incluindo uma vermelhidão aqui na face que chamamos de asa de borboleta
  • Inflamação das membranas que envolvem os pulmões (pleurite) ou do coração (pericardite)
  • Alterações de exame de sangue, como anemia, redução dos leucócitos ou redução das plaquetas
  • Quadro de artrite, que é a inflamação das juntas
  • Quadros mais graves de lúpus, como o quadro renal, que pode acometer até sessenta por cento dos pacientes com diagnóstico de lúpus, e também os quadros neurológicos, que podem afetar tanto o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) quanto o sistema nervoso periférico

Como é feito o diagnóstico? Existem critérios bem estabelecidos para o diagnóstico de lúpus, além da história clínica e do exame físico. Utilizamos exames para avaliar em alguns quadros, como anemia, leucopenia e plaquetopenia, e alguns exames específicos, como o Ufa e anticorpos bem específicos do lúpus, como o anti-a cm, o anti-dna e o antinucleossomo. Um anticorpo importante, principalmente para a mulher que pretende ter uma gestação, é o antigo, que pode causar o lúpus gestacional e o bloqueio cardíaco fetal.

Como é feito o tratamento? O tratamento precisa ser individualizado de acordo com o tipo de acometimento e a gravidade desse quadro. Temos alguns imunossupressores que vamos utilizar em certos casos, como padres articulares e padres cutâneas. Já em acometimentos mais graves, como os quadros renais e de sistema nervoso central, lançamos mão de imunossupressores mais potentes. Uma medicação que geralmente utilizamos em todos os pacientes com lúpus, a menos que exista alguma contra-indicação ou um efeito colateral importante, é a hidroxicloroquina. Ela demonstrou redução do número de atividades, aumento da sobrevida, além de melhorar os parâmetros de glicemia e de colesterol nesses pacientes com lúpus.

Além do tratamento medicamentoso, existem algumas medidas de mudança de estilo de vida que podem melhorar os desfechos no paciente com lúpus, como se proteger do sol. A exposição solar não ativa apenas os quadros cutâneos. Quando temos uma lesão cutânea pelo lúpus, isso pode desencadear outras atividades, como atividade renal, por exemplo. Além disso, como paciente com lúpus em maior risco cardiovascular, ou seja, maior chance de sofrer um AVC ou infarto, é importante manter uma dieta saudável e estar no peso ideal.

Além disso, deve-se manter a carteira vacinal atualizada. As vacinas dependentes do supressor não estão permitidas, então isso deve ser bem orientado pelo seu dermatologista. As mulheres que pretendem ter uma gestação devem tomar alguns cuidados a mais. Um método contraceptivo de casa deve ser usado. A gente costuma indicar uma dupla barreira, ou seja, utilizar preservativos associados a um outro método que pode ser um anticoncepcional hormonal ou um DIU.

Neste vídeo, podemos falar um pouco sobre o lúpus, suas principais manifestações, como é feito o diagnóstico e um pouco sobre o tratamento. Espero que você tenha entendido um pouco mais sobre essa doença.

Fonte
Tudo sobre Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) | Dra. Juliana Silvatti | Reumatologista por Dra. Juliana Silvatti – Reumatologista