Fibrose Pulmonar Idiopática
Olá amigos do YouTube, hoje vamos falar de uma doença que tem um meio complicado: fibrose pulmonar idiopática, que a gente resume com FP.
- Fibrose: formação de cicatrizes em um órgão ou tecido;
- Pulmonar: fibrose ocorre no pulmão;
- Idiopática: causa desconhecida.
Imagine que você cortou o dedo. Com o tempo, fica aquela cicatriz, né? Como a cicatriz é pequena, a gente não sente diferença nenhuma. Mas esse tecido de cicatriz não é exatamente o mesmo tecido que a pele possuía antes do machucado. Finalmente, o tecido cicatricial não tem muita elasticidade e é aí que começa o problema da fibrose.
Quando a fibrose acontece em um dos pulmões, eles não podem se expandir como deveriam. Eles vão se contrair e expandir e permitir as trocas gasosas que são vitais para o organismo. A dificuldade para respirar, tosse seca e falta de ar são os primeiros indícios de que alguma coisa está errada.
A fibrose pulmonar é uma doença sem cura e progressiva, ou seja, os pulmões vão gradualmente perdendo a capacidade de captar oxigênio que nutre as nossas células. A diminuição da capacidade pulmonar é natural com o envelhecimento. Uma pessoa normal perde cerca de 30 a 65 ml da capacidade pulmonar por ano, ao passo que um paciente com fibrose pulmonar idiopática perde cerca de 150 a 280 ml, quase quatro vezes mais.
A fibrose pulmonar idiopática é uma doença rara que atinge de 14 a 43 pessoas em cada 100 mil. Embora a causa seja desconhecida, alguns fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento desse tipo de fibrose são:
- Tabagismo;
- Infecções virais crônicas;
- Exposição a poluentes ambientais;
- Refluxo gastroesofágico;
- Histórico familiar;
- Idade acima de 50 anos.
A idade, aliás, é uma das causas do diagnóstico tardio, porque muitas vezes os familiares e até o próprio paciente consideram aquele cansaço nas atividades do dia a dia um reflexo da velhice e não consideram essa fadiga normal.
O médico especialista em fibrose pulmonar é o pneumologista. Por meio da auscultação pulmonar, ele consegue ouvir os sons característicos que podem indicar a existência da doença. Um detalhe típico que pode ocorrer em alguns pacientes e auxiliar no diagnóstico é uma deformação progressiva nas pontas dos dedos ou das unhas que ficam avolumados, parecendo a ponta da baqueta de uma bateria. Esse processo é chamado de baquetamento digital. Exames complementares, como tomografia computadorizada de alta resolução e, em alguns casos, uma biópsia pulmonar, ajudam a chegar ao diagnóstico.
Fonte: Sabe o que é fibrose pulmonar idiopática? | Coluna #70 por Drauzio Varella