A infiltração em epicondilite lateral – Fisioterapia ou não fazer nada?
Olá, meu nome é Realista Kimura e sou ortopedista especialista de mão. Nesse vídeo, gostaria de mostrar o resultado de um artigo do Lancete, uma revista de grande impacto no meio científico.
Antes de explicar, gostaria de lembrar que se você ainda não está inscrito no meu canal, não deixe de se inscrever e ativar o Sininho para você não perder nenhum vídeo.
O estudo selecionou 185 pessoas com epicondilite lateral, com idades variando de 18 a 70 anos, que tinham a doença há pelo menos seis semanas e eram virgens de tratamento. Essas pessoas foram alocadas em três grupos:
- Grupo 1: Receber infiltração com corticoide
- Grupo 2: Fisioterapia
- Grupo 3: Não fazer nenhum tratamento
No último grupo, as pessoas eram orientadas a não realizar as atividades que causavam dor, receber orientações para melhorar o número do trabalho e poderiam tomar medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios conforme a intensidade da dor.
No grupo da infiltração, era injetado triancinolona com lidocaína nos pontos dolorosos do cotovelo. A injeção poderia ser repetida até no máximo 3 vezes em até 6 semanas.
No grupo da fisioterapia, os pacientes passaram por 9 sessões em seis semanas que visavam inicialmente controle da dor e depois evoluíram para alongamento e fortalecimento que o paciente repetir em casa.
Esses grupos foram avaliados com 6, 12, 26 e 52 semanas com questionário sobre dor e funcionalidade do braço, teste de força de preensão e dor à pressão do cotovelo.
O resultado final foi que a infiltração com corticoide melhorava significantemente o paciente dentro da seis semanas iniciais em comparação com os outros dois grupos. Porém, essa melhora não se sustentava com o passar do tempo. No final do estudo com 52 semanas, ou seja, 13 meses, o índice de sucesso do grupo de fisioterapia foi o melhor dos grupos com 91% de sucesso, um pouco acima do segundo lugar que foi o grupo sem tratamento (83%). O grupo da infiltração com corticoide ficou em último lugar com taxa de sucesso de 69%.
Outro resultado interessante do trabalho é que os pacientes que foram submetidos a fisioterapia ou infiltração tiveram mais sintomas de dor em comparação com um grupo que não fez nada.
No final do estudo, devemos debater se vale o investimento de tempo e recursos financeiros para fazer a fisioterapia, já que o resultado é tão pouco melhor do que se não interferimos.
Esse trabalho exemplifica como é difícil escolher algum tipo de tratamento para os pacientes com epicondilite lateral e quando a evidência científica não aponta especificamente para um tratamento, os médicos passam a tentar vários tipos de tratamentos diferentes e acabam confiando mais na própria experiência. Por isso, as orientações por aí são tão variadas.
O que foi o vídeo de hoje? Espero que vocês tenham gostado. Caso você precise de consulta médica, acesse meu site e lá você encontra nossos telefones de contato. Se você gostou, deixe seu like e se tiver alguma dúvida, pode colocar nos comentários que nós podemos responder em um vídeo no futuro. Lembrando que esse vídeo está em uma playlist sobre epicondilite e se você quiser aprender mais sobre essa doença, não deixe de acessar o playlist com esse link no vídeo. Valeu, um abraço.
Fonte: Infiltração, fisioterapia ou não fazer nada? O que é melhor para Epicondilite Lateral? por Dr Renan Lyuji Takemura – Especialista em Mão