Sabe aquele corte zezinho que abre bem ali na entrada da vagina toda vez que você tem uma relação sexual? Então, isso tem nome e eu já vou te falar que não tem nada de anormal, viu Doutora Mariana Maldonado que está falando para você.
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Esse corte que se abre bem naquela meia lua na pele, no finalzinho da vagina e que tecnicamente tem o nome de força navincular, esse corte tem nome: fissura vaginal.
Isso pode acontecer com qualquer uma de nós, em qualquer idade ou fase da vida. A diferença é a frequência, pode acontecer de forma eventual ou então toda vez que tem uma relação.
Quando a fissura vaginal aparece, pode provocar dor para entrada do pênis, ardência local, sangramento durante e após a relação e até dor para urinar quando o xixi bate exatamente ali na área fissurada.
Se isso for pontual, ou seja, se você estava bem, não sentiu nada diferente por ali e começou uma relação, mas não estava tão bem lubrificada, entrou meio de mau jeito ou teve um tempo de penetração mais longo aumentando o atrito do entra e sai, pronto. Condições perfeitas para abrir um corte desses e ter que ficar uns dias no estaleiro cuidando disso.
Mas, em pouco tempo, essa pele cicatriza e nada mais acontece. Vida que segue.
O problema é quando essa situação se torna crônica e repetitiva, sempre, ou quase sempre, que você tem uma relação, essa pele se abre no mesmo lugar, mesmo bem lubrificada e como sua vida sexual ativa, nem dá tempo para cicatrizar direito que já há de novo e aí fica a cicatriz em cima de cicatriz, deixando essa pele cada vez mais frágil e fácil de romper. Quanto mais tempo passa, pior fica.
Mas, o que pode causar essa fragilidade crônica da pele que já é tão sensível naturalmente? Muitas coisas. Eu vou citar algumas:
- O uso prolongado de anticoncepcional hormonal, que é bem comum;
- Produtos inadequados de higiene íntima que sensibilizam e irritam aquela pele e a mucosa;
- Alterações hormonais ou pós-parto, da menopausa da pele da região;
- Por infecção (HPV) e doenças como LI (Líquen Esclerosa);
- Além das infecções como a candidíase, repetição são as que eu mais vejo no dia a dia do meu consultório.
Agora, imagine uma pessoa que tem uma fissura vaginal desde a primeira relação sexual: sempre que a mulher tem uma relação, ela se corta. Olha que tormento. Isso, inclusive, pode ser causa de vaginismo. Mesmo depois que o problema identificado é tratável, o problema físico, a lembrança, a memória da dor podem ser tão fortes que ela acaba travando na hora da penetração com medo de sentir aquela dor que ela conhece tão bem.
Em alguns casos, é necessária a ajuda da terapia sexual para finalizar a questão e interromper o ciclo vicioso causado por essa memória da dor que ficou de lembrança.
Por isso, minha amiga, se você sofre com essas fissuras vaginais, não deixe de procurar ajuda pra ontem, identificar possíveis fontes do problema e tratar o que for possível. O primeiro passo. A segunda parte é fortalecer a pele da região ao máximo e isso pode ser feito com medicações de uso local, laser vaginal e até cirurgia, o que eu particularmente deixo como último recurso. Afinal, ali se formará mais uma área de cicatriz.
O fato é que quanto mais o tempo passa, a tendência é piorar e, nem o tratamento clínico, vai ser cada vez mais difícil.
Você se identificou com o que eu acabei de falar agora? Depois de ter feito um tratamento para fortalecer essa pele, você continua sentindo dor e molestada, mesmo sem se cortar? Que tal fazer o teste agora para saber se você sofre com vaginismo? O link está bem aqui em baixo nos comentários, faz o teste pra ver.
Fonte: O que é Fissura Vaginal? por Dra Mariana Maldonado