No primeiro diagnóstico, já achava que ia morrer, né? Depois que eu vi que eu não morri porque fui super complicado. Teve que aprender a viver que eu esperava morrer no primeiro câncer. Estava muito prático assim, né? Agora, eu vou morrer mesmo, tudo bem. Então vou organizar as coisas e o médico, eu fui perguntando, México falou que o prognóstico era muito ruim, que em média a gente viveria, eu viveria 15 anos. O paciente de câncer, eu acho que você só, eu, mas acho que todo mundo é assim, a gente tem uma unha encravada, ai meu deus, nisso é bom, eu acho que é bom porque a gente não tem que deixar um galo na cabeça, é uma coisa que a gente pode achar que não é nada, mas pode ser alguma coisa, né? E, infelizmente, estava com metástase. Na nota craniana, no decorrer da doença, eu senti que o médico me cuidava muito mais para eu morrer bem, não para eu viver, nem no decorrer da doença. Então, resolvi trocar de médico. Aí, achei um que cuida, te ouvir e velho. E aí, eu morrer ficou em segundo plano. Como fala, metástase deu uma sentença de morte, mas eu não me sinto assim. Não tem tempo ruim, tempo bom e comemora todos os dias. Pra mim, não importa a sócia da chuva que tiverem, é ótimo. O vídeo, não podendo jogar tênis. A vez nesses anos de luta que eu pensei, eu vou morrer, mas isso é coisa que passa. Ele e aí, a gente num segundo momento, já parte para a luta. Existe data para morrer, então você tira isso o seu calendário. A gente vai discutir vida vivida é a cada um, ano, dois anos, tem tratamento novo, tem medicação nova. Então, ninguém sabe qual será o fim. Eu acho que é todo um conjunto, né, de coisas que levam a gente a ultrapassar essa fase e seguir em diante, que é o que eu tô no tanque. Eu quero viver muito tempo, muito.
Fonte: Câncer de Mama Avançado – Depoimentos por TV Oncoguia