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Antidepressivos no Transtorno Bipolar: Uso e Efeitos.


Tudo bem pessoal, o vídeo de hoje é sobre o uso de antidepressivos em pacientes com transtorno bipolar. Esse é um assunto que gera muita discussão dentro da própria psiquiatria. Existem opiniões divergentes entre várias equipes que tratam o transtorno bipolar ao redor do mundo, porque o transtorno bipolar tem um polo de humor depressivo e um outro polo de humor eufórico. Muitas vezes, quando o paciente procura e toma como conduta o uso de antidepressivos, o passeio está no humor deprimido, porém, o receio é que quando se utiliza o antidepressivo, o paciente possa desencadear um humor eufórico, o que vai se chamar de virada maníaca. Como nós sabemos, o humor eufórico no paciente com transtorno bipolar acarreta uma série de riscos, e até quadros psicóticos podem estar associados.
Um vídeo de hoje é baseado num estudo que foi realizado entre os maiores pesquisadores da área de transtorno bipolar, inclusive com a participação de uma equipe de um professor brasileiro que é o Benê La Féria que da USP. Foram avaliados 173 estudos extremamente criteriosos para tentar definir algum consenso em relação ao uso de antidepressivo em transtorno bipolar.
De modo geral, se define que você pode utilizar os antidepressivos tanto em depressão bipolar do tipo 1 e tipo 2, quando o paciente tem uma história prévia de resposta positiva nesse paciente, ou seja, quando esse paciente já apresentou outros quadros de depressão e foi ministrado o antidepressivo com sucesso, melhorando o sintoma da depressão, quanto não tendo complicado do ponto de vista da virada maníaca.
É bom ressaltar que tem pacientes que não respondem praticamente a nenhuma outra conduta farmacológica, nenhum outro remédio que não seja um antidepressivo. Ou seja, são pacientes que, se você não utilizar o antidepressivo, ele acaba não saindo do quadro depressivo. Então é muito importante que, nesse caso, se estiver utilizando e eles respondem bem ao antidepressivo, está sendo utilizado.
Deve ser evitado o uso em pacientes que apresentam dois ou mais sintomas maníacos concomitantes. Nesses pacientes, você tem uma restrição absoluta. No caso de pacientes que apresentam agitação motora ou psíquica, pensamentos agitados, fala agitada, etc., a monoterapia, ou seja, a utilização somente do antidepressivo, deve ser evitada a todo custo.
Então, você faz uma associação entre o antidepressivo e um estabilizador de humor. Aí, você pode usar tanto a bupropiona quanto os inibidores seletivos. Aí vai da conduta do médico, é muito importante. Mais uma vez ressaltando que é a conduta do médico pautado no histórico do doente. Como ele já utilizou antidepressivo, quais os sintomas que ele está apresentando, se ele tem uma grande chance de virada a mania. São coisas que devem estar sendo avaliadas para ser utilizada com essa conduta que, no caso do antidepressivo, deve estar sendo levada em consideração.
Mais uma vez ressaltando que só tem pacientes que só saem do quadro depressivo na maioria das vezes se você utilizar o antidepressivo. Então, eles se beneficiam desse tipo de tratamento e deve estar sendo levado também em consideração na hora de escolher o melhor tratamento para o paciente.
Fonte: USO DE ANTIDEPRESSIVO NO TRANSTORNO BIPOLAR. por Dr. Gabriel Pavani