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A importância do mapeamento da endometriose para diagnóstico e tratamento adequados.


Olá meninas, tudo bem? Muitas de vocês perguntam, mas doutora, por que o mapeamento de endometriose é tão importante assim? O exame que é pago, de ultrassom com preparo intestinal, ou o mesmo de ressonância com o radiologista preparado para analisar o seu caso? E eu te respondo: sim, é necessário. E eu já te explico porquê.
É um filamento da endometriose. Ele é indicado quando a gente pensa, realmente, na hipótese de endometriose através dos seus exames, como a anamnese que nós fazemos e através do exame físico, pelo toque vaginal. Frente a isso, é pedido o ultrassom com preparo intestinal ou mesmo uma ressonância. Esses dois exames, tanto a ressonância quanto o ultrassom, a gente solicita que faça com radiologistas experientes que analisem bem o seu caso para sim nos dar um mapeamento, quer dizer, o que, onde de fato você tem endometriose. Para, sem sabermos, quando é necessário indicar a cirurgia ou quando não é necessário indicar a cirurgia.
Eu quero te mostrar agora alguns exemplos desses, vamos então a eles:
– Esse é uma imagem, uma foto na verdade, e que o radiologista através da ressonância, além do descritivo que ele faz, ele coloca para gente a imagem e onde se tem ainda endometriose. Então a gente vê aqui o seu útero, ovários, tuba, aqui essa parte intestinal e todo ao redor a cavidade pélvica. Então, o que que a gente vê? As áreas de endometriose que a gente chama de torus uterino, quer dizer, toda essa região atrás retrocervical. Ele coloca, denomina como torus uterino. Você vê que tem algumas, vamos chamar de estrias, alguns filetinhos aqui, fazendo com que esse ovário seja aderido, quer dizer, ele não tem uma movimentação. Muitas vezes, no seu laudo, o exame está escrito como ovários fixos, é isso. Ele está fixo nessa área.
– Outro exemplo aqui já deu uma ressonância, a imagem é de um nódulo, um endometrioma. E aqui nessa região, ao acometimento, quer dizer, a compressão do nervo ciático. O nervo ciático ele faz uma leve tortuosidade por compressão desse nódulo.
– Vamos a um outro caso aqui, o que que a gente tá vendo? Então, novamente, o útero, tuba, ovário. O que são essas bolinhas vermelhas? São endometriomas. O que são esses montes de bolinha aqui no ovário? É reserva ovariana dessa paciente. Então, apesar dela ter um endometrioma aqui em um dos ovários, a reserva ovariana dela é muito boa. O que a gente vê? Demais endometriose, tanto intestinal como parede pélvica. Então, a endometriose intestinal aqui e intestino delgado aqui, em intestino grosso um acometimento. E para você ver, a tuba, ela até pintou essa tuba, ela tá de ladadinha, com comprometimento tubário.
– O nosso último caso aqui já mostrando além do ovário já diminuída sua reserva ovariana, quer dizer, como através dessas bolinhas menores, poucos folículos antrais, você vê um endometrioma muito grande. Quer dizer, onde ele está pegando quase tudo ovário. Junto com isso, lembra da endometriose em torus uterino? Então, aquela endometriose que está em região retrocervical, esse intestino ele tá sendo acometido. Então, isso aqui está grudado, é o que a gente chama de bloqueio de fundo de saco. E junto com ele, a gente tem um pouquinho aqui de adenomiose. Então, uma infiltração do endométrio para a musculatura do útero. Então, nós temos duas doenças aí existindo em conjunto.
Frente a isso, você vê o quão é importante o mapeamento. Porque nele nós vamos avaliar desde sua reserva ovariana, através do exame de imagem, mas também laboratorial e, em conjunto, onde está a sua endometriose. Se tem acometimento intestinal, em bexiga, em tuba. E aí sim, poder realizar um planejamento terapêutico cirúrgico é o ideal. Cirurgia única, bem feita, a ressecção, quer dizer, a retirada completa de toda a lesão, através inicialmente de sua história muito bem colhida, de seu exame físico muito bem feito, no planejamento do mapeamento, através dos exames laboratoriais e a estratégia cirúrgica. Com tudo isso e tendo uma abordagem multidisciplinar, você vai alcançar o seu tratamento completo.
Fonte: Por que é importante fazer o mapeamento da endometriose? por Dra. Graciela Morgado