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Tratamentos e estratégias para cura do câncer de bexiga.

Ferramentas utilizadas pelos médicos para calcular a extensão do câncer de bexiga

Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de câncer de bexiga, o mais importante é definir qual a profundidade do comprometimento do músculo da bexiga. As lesões superficiais podem ser tratadas com a raspagem com ou sem a utilização da imunoterapia, que é individualizado em cada caso.

Em algumas situações, um tumor de bexiga já comprometeu a musculatura mais profunda do órgão, aumentando a probabilidade dessas células caírem na circulação e se alojarem em outros órgãos. Esse fenômeno é conhecido como metástase.

Antes mesmo de qualquer tratamento definitivo, o médico precisa fazer alguns exames de imagem para saber se já houve ou não a disseminação dessas células para outros órgãos. Os exames mais utilizados são a tomografia de abdômen total, tomografia de tórax ou, em alguns casos, o médico pode preferir fazer um exame chamado de ressonância magnética.

A intenção desses exames é identificar se já houve algum comprometimento dos linfonodos que são pequenos filtros que evitam com que as células do câncer ganhem a circulação sanguínea. Esses linfonodos ficam espalhados ao redor da bexiga, inclusive em regiões até mais distantes, conhecidas como o retroperitônio, que é uma região mais interna e posterior dentro da cavidade abdominal.

O médico pode suspeitar que esses linfonodos estão comprometidos quando eles aumentam de tamanho, mas existem situações especiais em que é necessário fazer um exame complementar, conhecido como PET, que é um tipo de tomografia confusão de imagem de uma cintilografia.

Sabendo a profundidade da lesão e sabendo se houve ou não a disseminação, o médico pode decidir nos casos de doença invasiva partir inicialmente por uma cirurgia. Essa cirurgia com a remoção da bexiga ou a quimioterapia vai ser utilizado como uma etapa anterior à cirurgia, isso é conhecido como não adjuvância, ou seja, porque a quimioterapia é feita com a intenção de diminuir o tamanho do tumor para facilitar a cirurgia e aumentar também as chances de cura.

Para a doença localizada superficial em geral, a raspagem simples com ou sem a utilização da BCG é estratégia mais utilizado e com alta taxa de sucesso. Já para pessoas que descobriram a doença no estágio que ela já é avançada, nessa situação, a quimioterapia pode ser utilizada como ponte para um tratamento definitivo que é a cirurgia.

Existe um outro cenário em que chamamos de doença comentasse. Nesse cenário, o câncer de bexiga já cometeu outros órgãos, por exemplo, pulmão e fígado. Nessa situação, a estratégia é um pouco diferente. A intenção aqui não é curar a doença, mas sim fazer um controle da doença e nessa caso é na maioria das vezes a quimioterapia é o principal.

O que vem mudando no tratamento de pacientes com câncer de bexiga principalmente no estádio metastático é o surgimento cada vez mais presente de terapias que prometem trazer dados interessantes em termos de taxa de resposta até superiores à quimioterapia e com perfil de tolerabilidade de efeitos colaterais mais aceitável. Essas novas drogas estão disponíveis apenas para aquelas pessoas que já foram tratados com a quimioterapia e a doença recorreu.

É provável que nos próximos anos, vamos observar o surgimento de novas evidências na literatura mostrando se essas drogas são úteis ou não em estádios mais iniciais da doença ou em pacientes que nunca receberam a quimioterapia.

Na Clínica O Ronco, estamos à disposição. Muito obrigado mais uma vez até a próxima.

Fonte: Câncer de Bexiga | Plano de tratamentos e estratégias para a cura por Dr. Bruno Benigno – Urologista e Oncologista – SP