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Recém-nascido em UTI após contrair sarampo da mãe: saiba como prevenir

Vacinação contra o sarampo é prorrogada em São Paulo

A vacinação contra o sarampo em São Paulo foi prorrogada por mais 15 dias, até o próximo dia 31. Bebês de 6 a 11 meses e jovens de 15 a 29 anos são os principais alvos da campanha. O índice de imunização entre esses dois públicos não atingiu nem a metade da meta. Médicos alertam para o perigo da doença viral altamente contagiosa e que pode matar, não só as crianças, mas também adultos.

Como você vai conferir agora na reportagem de Elaine Português, há quase um mês, no endereço de Verônica e Roberto, é o hospital da vida vira de ponta cabeça. Primeiro como o paciente e depois como mãe, tudo começou com uma dor de garganta e depois uma febre sem trégua.

“Comecei a apresentar febre, calafrio, muita dor no corpo, sintomas semelhantes ao de uma gripe muito forte. É o coração acelerado”, relata Verônica.

Verônica precisou ser internada e, no terceiro dia, apareceram as manchas vermelhas na pele, típicas de uma doença mais comum na infância. “Que eu imaginava estar completamente imune. Sarampo surpreendeu pelo fato de que, à noite, nada jamais passaria pela minha cabeça é que eu pegaria sarampo sendo vacinada”, lamenta.

O que ela não sabia era da importância de uma dose de reforço. Foram oito dias no isolamento, longe dos três filhos pequenos: um de quatro anos, outro de 2 e a caçulinha Júlia, com sete meses.

  • Uma equipe foi ao prédio onde eu moro e vacina os meus familiares, pessoas que tinham tido contato comigo e os moradores do prédio. Foi feita uma campanha lá, é todo mundo vacinado. A julho ainda não tinha sido liberada a vacina para bebês. Quando estive alta no sábado, cheguei em casa fazer uma surpresa para as crianças, morrendo de saudade. A surpresa pra mim: ajuda com febre”, conta Verônica.

Verônica voltou ao pronto-socorro imediatamente. O primeiro exame para verificar se o contágio havia acontecido chegou a dar negativo, mas o estado grave de Júlia fez com que os pediatras insistissem em outros exames e, para ambos, ela foi confirmado mais tarde. “E vamos apresentar muita irritação, muito muito alterado de consciência, que chamava a atenção para o provável formação do sistema nervoso central. Daí aparece no mesmo dia, na mesma madrugada, uma trombose né, no membro esquerdo superior e no membro inferior direito. Aí ela passou a receber os cuidados intensivos, um anticoagulante com cuidado. Foram dez dias de UTI e Júlia permanece internada em recuperação”, diz Verônica.

“Eu não gostaria que ninguém passasse por isso, mandou que eu passei, porque a gente passou os sintomas clássicos do sarampo. Além das pintinhas vermelhas, incluem irritação nos olhos, coriza, manchas brancas na parte interna da bochecha, tosse persistente e mal estar. Quando se agravam, podem ocorrer complicações por causa da febre alta, infecções nos ouvidos, conjuntivite, pneumonia e também perda de apetite, diarreia”, alerta a reportagem.

O surto de sarampo preocupa 53 cidades brasileiras. De acordo com o Ministério da Saúde, já são cerca de 1400 casos este ano, 95% deles em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. A faixa etária mais atingida é de 20 a 29 anos, mas há sérias complicações em crianças, tornando essa ameaça que havia sido praticamente erradicada ainda maior.

As últimas semanas indicaram uma disparada na confirmação de novos casos. Dos 1.226 pacientes que entraram para a estatística, 1.220 foram infectados em território paulista. Só na última semana, o estado de São Paulo teve um aumento de 36% no número de infecções. Na capital, está a maior parte dos registros.

Nas últimas décadas, passamos a dispor de uma vacina muito eficaz contra o sarampo, e essa vacinação encontra-se plenamente disponível nas unidades básicas de saúde. Há outros de todos, mas a gente sabe também que a cobertura vacinal para o sarampo estava em 100%. A gente ainda tem resistência de algumas famílias em fazer vacinas, principalmente vacinas de vírus vivo, como é o caso do sarampo. Isso permitiu que a gente tivesse no Brasil uma cobertura vacinal menor.

O Rio de Janeiro tem o menor índice, com apenas um pouco mais da metade das crianças vacinadas. O segundo estado menos protegido entre os que sofrem com surtos de sarampo é a Bahia, com 61% do grupo infantil protegido. Depois estão São Paulo, com 74%, e Paraná, com 89% do grupo infantil protegido.

O sarampo pode causar a morte. Pode levar à morte não foi o sarampo princípio somente, mas também pelas suas complicações. No sistema de saúde, tem que ficar sempre alerta para um diagnóstico precoce, evitando uma disseminação dessa doença que pode se tornar um problema sério de saúde. “Agora, tenham noção que elas podem perder assim a vida, pode mudar de uma hora para outra e foi alguém que a gente ama muito. Elas não fariam mais esse participariam mais, vacinaram com certeza”, conclui Verônica.

Fonte
Bebê fica na UTI após contrair sarampo da mãe por Hoje em Dia