Estamos no Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental da Santa Casa para conversar sobre Eletroconvulsoterapia com a Márcia Aboim. Antigamente, a técnica era conhecida como eletrochoque. Eu agradeço a Márcia pela disposição de se abrir e conversar conosco sobre o tratamento que ela faz aqui nesta unidade de saúde mental.
Inicialmente, gostaria que você começasse falando um pouco da sua trajetória, de como você entrou em contato com os serviços de saúde mental de psiquiatria até chegar nesse lugar onde você está fazendo tratamento hoje.
Bom, primeiramente, eu tenho que agradecer ao senhor por ter me chamado. Eu cheguei aqui através de mim e da minha terapeuta. Ela que conseguiu uma consulta aqui. Eu passei com o Dr. Carlos, que me sugeriu fazer a ECT. Quando eu comecei aqui, comecei fazendo duas vezes por semana porque estava tomando uma dosagem do remédio muito alta e não estava tendo nenhum efeito, só ficava chorando e querendo só ficar deitada. Eu comecei a fazer CT depois de três meses e já estava pintando novamente, bordando, fazendo bijuterias, pintando quadros. Inclusive, comecei a voltar a falar com outras pessoas, mesmo em casa. Foi melhor pela minha filha e meus filhos. Então, foi tudo de bom e excelente para mim.
E da sua experiência, assim é importante compartilhar com as pessoas que buscam essa informação que você experimentou de efeitos ruins, de efeitos colaterais.
Eu acredito que seja o mínimo possível. Eu pelo menos quando eu faço ECT, tinha dor de cabeça, só que a doutora Cláudia e o senhor também foram me medicando e conseguiram encontrar um remédio que me tirasse a dor de cabeça e esse desconforto. E hoje em dia, eu saio daqui bem e não tenho mais nenhum dor de cabeça e nenhuma contraindicação.
Márcia, conta para gente como é essa experiência de fazer Eletroconvulsoterapia, o eletrochoque. E como é contada essa experiência por seus familiares, amigos e conhecidos? O que eles perguntam?
Referente às pessoas que convivem comigo, meus amigos e familiares, eu falo sobre essa ECT. Sempre falei sobre esse tema porque foi mostrado na Globo o ECT e acho que isso mexeu com muitas pessoas, inclusive a minha filha de 17 anos perguntou à mãe que sofre tudo isso para fazer ECT. É feito realmente e assim não acontece nada disso, não tem dor e não é mais feito com esse aparelho que foi mostrado na Globo. Foi um em real. Então, minha família e amigos, mesmo fingem que acreditam como eu tô, vêm fazendo meus quadros, fazem meus chinelos. Então, para mim, o SBT é muito bom.
Márcia, te agradeço bastante pela participação. Tenho certeza de que tudo o que você compartilhou vai ajudar muitas pessoas que têm dúvidas a respeito de ECT e que estão em sofrimento por conta da doença mental e que, por um motivo ou outro, têm dúvidas ou medos a respeito das ECT. Volto a dizer, ECT é muito bom. Eu tenho é de agradecer Rafael.
Fonte: Eletroconulsoterapia (ECT) – depoimento de paciente com quadro depressivo por rafaelbernardon