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Como evitar o vômito após a anestesia: dicas e orientações 30Jan2013

O vômito pós-operatório: será que é um problema?

Meu nome é Fabiano e sou médico anestesista, portador do título de especialista e superior em anestesia, ambos conferidos pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Exerço anestesia no Hospital Geral do Estado de Alagoas.

Fui chamado esta semana para acompanhar o caso de uma parente que foi submetida a cirurgia e que ficou gritando de dor no pós-operatório. Eu não podia tomar nenhuma atitude naquela ocasião, pois era parente da paciente. Quando um colega foi chamado, ele não pôde comparecer porque não se pratica duas anestesias ao mesmo tempo. Como se tratava de um pequeno volume, poderia ser visto mais tarde, já que o cirurgião tinha terminado e saído.

Então resolvi chamar a clínica, mas ela estava resolvendo uma parada cardíaca na entrada do hospital e demoraria pelo menos 45 minutos a uma hora. Quando fui acordar o prontuário para me comunicar o que ali naquele momento eu era apenas um acompanhante, pude perceber a fragilidade do sistema em relação a esse problema singelo que é o vômito.

A paciente estava desconfortável, exausta e polissêmica, ou seja, com fome. Toda a medicação que fazia era em vão, pois ela vomitava o comprimido para vômito. O vômito é uma complicação que ocorre principalmente como uma intercorrência em pessoas que não fumam nas cirurgias de tórax e ginecológicas, nos pacientes que já têm um passado de história de vômito em cirurgias anteriores, ou naqueles que sentem náuseas, tontura ou enjoo em viagens de avião, ônibus, etc. Existem outros fatores de risco que devem ser levados em consideração já antes do início da anestesia, aumentando assim a eficácia das medicações.

Foi horrível não poder fazer nada por uma coisa tão simples como o vômito. A paciente disse que nunca mais decidiria ser operada por causa do vômito. Uma coisa tão simples levou à insatisfação. A insatisfação está relacionada ao grau de atendimento que a pessoa recebe durante a sua internação.

Portanto, se o paciente possui um fator de risco, é preciso tomar pelo menos uma medicação; dois fatores de risco, duas medicações; e três fatores de risco, mais pelo menos três medicações diferentes. Atualmente, a frequência de vômito chega a 9,8%. Com essas medicações, conseguimos reduzir essa frequência para menos de 3%. Mesmo sendo um valor tão pequeno, vale a pena porque o grau de satisfação do paciente pode fazer com que ela encare futuras anestesias e cirurgias de forma mais tranquila e calma, confiando mais no anestesista e no cirurgião através de um bom serviço prestado.

Fonte: MEDO – Vômito após Anestesia – 30Jan2013 por Medo da Anestesia: Por quê?