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Cisto no rim: perigos e tratamentos, pelo uro-oncologista.


Olá, seja muito bem-vindo(a) mais uma vez ao canal da Clínica Uro Onco. Hoje iremos falar sobre cistos renais, um achado muito frequente em exames de imagem corriqueiros no dia a dia do consultório.
Primeiramente, é importante diferenciar o que é um cisto e o que é um nódulo. Um cisto é toda lesão contendo líquido e um nódulo é toda lesão contendo sólido. Em geral, os cistos no rim são benignos, representando 95% das vezes esse tipo de origem. A grande maioria da população, em torno de 70%, apresenta cistos nos rins e o mesmo pode estar presente em outros órgãos como tireoide, mama nas mulheres, pâncreas tanto em homens como em mulheres, entre outros.
Um achado de um cisto é algo relativamente frequente no corpo humano. Porém, nódulos em geral têm um comportamento diferente. Em particular no rim, na maioria das vezes, os nódulos podem apresentar um componente agressivo e, em várias situações, recomendamos sempre sua remoção.
Voltando ao assunto dos cistos, como já mencionado, a maioria é de origem benigna. Porém, como diferenciar os cistos que possuem comportamento agressivo e que apresentam um potencial no risco de desenvolver um câncer? A primeira coisa a fazer é avaliar as características dos cistos por meio da ressonância magnética ou tomografia computadorizada, que conferem uma resolução de imagem mais precisa.
Uma das características mais importantes para tentar descobrir se um cisto é benigno ou maligno é o seu Contorno. Então, a forma irregular da parede do cisto completamente em contorno nítido é uma característica que confere maior risco de agressividade. Além disso, um cisto que possui muitas divisórias, chamadas de septações ou aqueles que apresentam um conteúdo anormal no seu interior, por exemplo, um nódulo dentro de um cisto, são características que conferem maior risco de agressividade.
Pela tomografia ou ressonância, é possível saber se há fluxo sanguíneo dentro desses cistos. O que aumenta também o risco de desenvolver um câncer dentro dessas lesões. Baseado nessas características, os médicos determinam uma classificação chamada classificação de Bosniak, que serve para dividir os cistos desde o tipo 1, que são os mais simples, até os cistos do tipo 4, que são os que têm maior probabilidade de apresentar um só componente em números.
Um cisto do tipo 1 tem menos de 1% de chance de desenvolver um câncer no seu interior, já um cisto do tipo 4, que tem divisoro conteúdo heterogêneo, contorno sem limites, pode apresentar até mais de 75% de chance de apresentar um câncer no seu interior.
Com base nessas informações, é possível selecionar os pacientes que precisam fazer uma cirurgia para remover o cisto. Em geral, são aqueles que têm um cisto do tipo 3 ou 4. Por outro lado, os pacientes que podem ser simplesmente acompanhados são aqueles que têm cisto tipo 1 e tipo 2. E existe uma categoria intermediária, chamada de cisto 2s, que deve ser acompanhada de perto, pois o cisto pode ter características tanto benignas quanto malignas.
Esperamos que essas informações tenham esclarecido um achado tão frequente nos exames de imagem corriqueiros. É importante passar por uma avaliação por um especialista, que é o urologista, para determinar se é necessário ou não um acompanhamento de perto ou uma cirurgia para a remoção de cistos. No próximo vídeo, iremos falar sobre as principais formas de tratamento, com cirurgia ou não, dos cistos renais, em particular a cirurgia escolar, cirurgia por laparoscopia com robótica ou métodos pouco invasivos como a radiofrequência.
Esperamos ter ajudado e estamos à disposição para mais informações.
Fonte: Cisto no Rim é perigoso? Quando tratar? Uro-oncologista explica. por Dr. Bruno Benigno – Urologista e Oncologista – SP