Câncer de reto e câncer de canal anal
Os tumores no reto são uma continuação dos tumores do cólon, enquanto o câncer colo-retal engloba todo o cólon e o reto final do intestino grosso. No entanto, depois do intestino grosso, vem o canal anal, que é justamente o orifício de saída das fezes.
Os tumores que se originam nessas duas regiões são biologicamente distintos e têm fatores de risco diferentes. O tratamento também é diferente. Por exemplo, para os tumores de reto, o tratamento de doença localizada já não se faz a combinação de quimioterapia com radioterapia seguido de cirurgia na maioria dos casos. Já para os tumores de canal anal, o tratamento geralmente é a quimioterapia e radioterapia definitivas, e não se opera. A maioria dos pacientes se cura, mas os prognósticos são diferentes e os fatores de risco também.
Fatores de risco
Os fatores de risco para o câncer de reto são muito parecidos com aqueles de câncer de cólon: componente hereditário, idade (quanto maior a idade, maior o risco) e alimentação rica em carne e gorduras e pobre em frutas etc.
Já o câncer de canal anal é um câncer associado à infecção pelo HPV, que é muito parecido com o câncer de colo de útero. O fator de risco é a relação sexual anal, que transmite esse vírus e pode, no futuro, originar um câncer.
Pesquisas
As pesquisas na área dessas duas doenças são completamente distintas, assim como as doenças são distintas. Para o câncer de reto, as pesquisas estão sendo desenvolvidas para medicina personalizada, assim como se faz em câncer de cólon. Ou seja, identificar alterações moleculares do tumor e recomendar tratamentos direcionados para essas alterações moleculares, mas quando a doença é inicial, ou seja, não têm metástases.
As pesquisas têm sido direcionadas no câncer de reto para o chamado tratamento total neoadjuvante. Até pouco tempo atrás, se fazia o tratamento de quimio-radioterapia seguido de cirurgia para o câncer de reto, e às vezes depois à quimioterapia. Esse tratamento total de 20 traz todo o tratamento para antes da cirurgia, ou seja, começa com quimioterapia, depois radioterapia e, por fim, a cirurgia. É uma forma de trazer todo o tratamento para essa cirurgia tornar o tratamento melhor tolerado pelo paciente e tratar precocemente uma doença que tem um risco grave de disseminação.
As pesquisas para o câncer de canal anal são direcionadas hoje para imunoterapia. Como o câncer de canal está associado à infecção pelo vírus do HPV, são tumores mais responsivos à imunoterapia e à quimioterapia, que é uma modalidade de tratamento sistêmico administrado pela veia e faz com que o sistema imunológico do paciente ataque a própria doença.
Fonte
Câncer de intestino | Diferença entre os tumores de reto e ânus por A.C.Camargo Cancer Center
