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Apneia do sono em crianças com síndrome de Down: saiba mais.

A apneia do sono acontece quando, na hora que a gente está dormindo, a respiração é interrompida totalmente ou parcialmente. Isso tem duas consequências: uma alteração dos gases, com uma baixa de oxigênio e um aumento do gás carbônico, já que quando a gente para de respirar, a gente para de trocar; e o som vai sendo fragmentado, já que toda vez que a pessoa tem uma sensação que a via aérea está fechando, ela super sinaliza o sono para voltar a respirar de forma adequada.

A síndrome de Down tem vários fatores que fazem com que a criança tenha mais chance de fechar essa via aérea durante o sono. Primeiro, eles têm uma hipotonia muscular, ou seja, a musculatura é mais mole, então na hora que a gente está dormindo e relaxa mais, essa musculatura também relaxa mais, e como todo já é diminuído, eles vão ter muitas vezes o fechamento por conta dessa hipotonia. Além disso, eles têm uma face com a mandíbula menor, o que faz com que a cavidade nasal e a cavidade oral sejam menores também, e aí, relativamente, a língua fica maior. Na hora que você dorme, na hora que você relaxa, essa língua pode tampar o canal que passa o ar e pode cair lá para trás. A gente tem um tecido parecido também com essa bíblia de nóide lá no fundo da língua, que só silas linguais. As crianças com síndrome de Down têm 11 vezes mais chances de ter isso aumentado, então a língua cai. Só o fato de não roncar não quer dizer que não tenha apneia.

Outras coisas que as crianças com síndrome de Down têm são sono agitado (a criança que chuta muito à noite, que se coloca o cobertor e o cobertor cai sempre que ela está rodando na cama); a criança que dorme numa posição não convencional, principalmente na síndrome de Down, a gente vê eles às vezes sentar dados com o corpo pedido pra frente.

Isso prejudica nas relações sociais, prejudica muito o aprendizado, e além da deficiência intelectual da própria síndrome, a gente ainda tem um agravante que é a apneia, que também é tira um pouco, né? A apneia provoca também essa falta de concentração. Se não tem um bom sono, aprende no consolida o que aprendeu durante o dia. Tem estudos que mostram que crianças com 13 a 16 dos 21 com apneia e sem apneia – se a gente pega as crianças de 2 a 5 anos – elas as que não têm apneia têm um vocabulário com mais de 190 palavras a mais do que as que têm apneia. As que têm apneia, 30% junto às palavrinhas que não têm apneia; 80%.

Pra gente, é pensar em colocar essas crianças, acho que é tão importante na questão da inclusão nas escolas, na inclusão muito mais de mercado de trabalho. É importante determinar se essa criança vai ser alfabética ou não, quando ela vai conseguir com mais, ela vai conseguir chegar pra frente na vida com o potencial que ela tem. Depois que a gente teve o diagnóstico que a gente começou a fazer o tratamento, isso vem sendo amenizado. Quando se percebe, é uma criança mais tranquila, conseguindo focar um pouco mais e irritada, não precisa mais dormir todos os dias durante o dia.

Não investiguem. Não acreditem que a criança é hiperativa, não acreditem que a criança é nervosa, sem investigar os hábitos de sono.

Fonte: Crianças com síndrome de Down têm maior predisposição à apneia do sono por TV UFMG