Anorexia Nervosa
Anorexia nervosa não é o mesmo que apenas anorexia, uma vez que esta última significa perda ou ausência de apetite, que pode ser resultado de fatores como certas doenças ou alguma medicação que se esteja a tomar. Chamar Anorexia à Anorexia nervosa é até paradoxal porque as pessoas com este transtorno sentem fome. A falta de apetite, nestas situações, é rara.
A Anorexia nervosa é uma doença do comportamento alimentar. Pessoas com este transtorno sentem-se e vêem-se como gordas mesmo quando o seu peso é normal ou até baixo. Recusam manter um peso considerado normal para a sua idade e altura, evidenciando uma obsessão por emagrecer e um medo intenso de ganhar peso. Por isso mesmo, fazem uma dieta rigorosa e restritiva, comendo muito pouco, poucos tipos de alimentos, sobretudo com poucas calorias e, em alguns casos, praticam exercício físico em demasia.
O facto é que as preocupações com o peso continuam sempre e, por vezes, até aumentam, mesmo quando o peso continua a diminuir. Tendem a pesar-se frequentemente, olhar-se muito ao espelho para verificarem as áreas onde acham que estão gordos demais ou medir exageradamente partes do corpo. Também são, normalmente, pessoas que não gostam e evitam alimentar-se em público. Para elas a perda de peso é sinal de autodisciplina e a sua autoestima está muito ligada às suas formas corporais e ao seu peso.
Há 2 subtipos de anorexia nervosa:
- O restritivo, em que a perda de peso é conseguida através de dieta, jejum ou exercício físico excessivo;
- O purgativo, onde existem episódios recorrentes de compulsão alimentar, isto é, comem em excesso e depois induzem o vómito, usam laxantes ou diuréticos.
Apesar de também existirem casos de anorexia nervosa em homens e têm vindo a aumentar, a grande maioria destas situações ocorre nas mulheres, começando, quase sempre na adolescência ou, até, por vezes, um pouco antes. Raramente ocorrem depois dos 40 anos.
A causa da anorexia nervosa é desconhecida, mas acredita-se que seja resultado de múltiplos fatores biológicos e ambientais: os fatores genéticos parecem ter um papel importante, uma vez que há um risco aumentado de desenvolver esta doença entre os familiares diretos de alguém com este diagnóstico. Também a pressão social para se seguir certos padrões de beleza e a divulgação de perfeição física e magreza enquanto modelos a atingir, contribuem para o surgimento de transtornos alimentares. Não é estranho, portanto, que haja um maior número de casos em certas profissões como modelos, atores e desportistas, exatamente porque trabalham com a própria imagem e têm uma maior exposição social, sendo mais facilmente julgados e também por um maior número de pessoas. Como fatores de risco encontram-se, igualmente, situações traumáticas e grandes mudanças na vida e nas rotinas diárias. Por exemplo, mudar de cidade, de escola, de casa, a morte de alguém muito próximo e importante para nós ou o fim de um relacionamento.
As pessoas com este transtorno tendem a negar o problema, por isso levá-las ao médico não é fácil e se vão ao médico raramente se queixam da perda de peso. O diagnóstico é, porém, muito importante, até porque os casos mais extremos destes quadros podem levar à morte e normalmente precisam de internamento.
O tratamento é, geralmente, longo e podem acontecer recaídas. Portanto a persistência e o otimismo são fundamentais. Deve passar por acompanhamento médico, nutricionista e psicoterapia individual, em grupo e também familiar, com o objetivo de se recuperar e manter um peso considerado normal, aprender a alimentar-se sem culpa e sem medo, com uma maior autoestima e mais tranquilidade no que respeita à imagem do seu corpo.
A melhor forma de prevenção da anorexia nervosa é estar-se atento aos primeiros sinais!
Fonte
Transtornos alimentares: anorexia nervosa por Psicologia também é ciência