Insuficiência Cardíaca – Benefícios do Exercício Físico

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Olá pessoal, bem vindos ao círculo! Meu nome é Daniela Nascimento, sou fisioterapeuta formada pelo IPA e pós-graduada em Ciências do Movimento pela UFRGS, com mestrado em Fisiologia também pela UFRGS.

Atualmente venho desenvolvendo pesquisas com pacientes com insuficiência cardíaca pelo Programa de Pós-Graduação em Cardiologia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre, além de ser professora da disciplina de Cardiologia de Fisioterapia Cardiovascular no IPA.

Insuficiência Cardíaca e os Benefícios do Exercício Físico

Sabemos que hoje as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e a maioria desses pacientes que desenvolvem as cardiopatias, com o passar do tempo, também desenvolvem insuficiência cardíaca em algum grau de complexidade.

Hoje em dia, falamos muito em dois tipos de insuficiência cardíaca baseados na fração de ejeção. Sabemos que a fração de ejeção do ventrículo esquerdo deve ser de no mínimo 55%. Alguns pacientes, mesmo com insuficiência cardíaca, conseguem manter essa fração de ejeção e, portanto, são chamados de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. Uma outra parcela desses pacientes não conseguem manter essa fração de ejeção nos níveis de normalidade e, portanto, são classificados como pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.

No entanto, para ambos os tipos de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada ou reduzida, uma abordagem muito bem documentada nos dias de hoje é a prática regular de exercícios físicos. Temos pesquisas mostrando os benefícios desde exercícios como Pilates, Yoga e Tai Chi, passando pelo treinamento de força e de resistência muscular localizada, até exercícios aeróbios com alta intensidade como o HIT (treinamento intervalado que utiliza grande intensidade de exercício).

Entretanto, a grande questão a ser discutida é onde tratar esses pacientes. Fica um pouco difícil trazer o que é feito nas pesquisas e conseguir aplicá-las nos consultórios, porque no âmbito da pesquisa, temos todo um ambiente controlado seguindo um protocolo bem definido. Quando tratamos esses pacientes em domicílio, no consultório ou na clínica, essas condições não estão tão delineadas ou cuidadas, e como vamos submeter esses pacientes a um stress físico, esse stress físico pode acabar levando à ocorrência do efeito adverso agudo nesses pacientes.

Portanto, não aconselho que vocês extrapolem o que é feito nas pesquisas para que seja também utilizado nos seus consultórios e clínicas, porque um paciente que não seja bem avaliado e que o ambiente não seja bem adequado para minimizar riscos de evento com esse indivíduo pode acabar gerando um malefício maior do que esse benefício.

Para concluir, as pesquisas são muito evidentes dos benefícios do exercício físico para esses pacientes com insuficiência cardíaca. Muitas modalidades têm se mostrado adequadas e benéficas para esses indivíduos. No entanto, não podemos extrapolar esses resultados e tentar trabalhar isso de forma individual somente com um profissional, sem a inserção desse profissional em uma equipe interdisciplinar.

E uma outra coisa bastante importante é que o local de treinamento desse paciente seja um local que possa oferecer algum tipo de atendimento de suporte caso esse paciente venha a sofrer algum evento.

Conclusão

Em resumo, é importante que a prática de exercícios físicos seja considerada como uma estratégia terapêutica para pacientes com insuficiência cardíaca. No entanto, é fundamental que seja feita uma avaliação completa do paciente e que o ambiente de treinamento seja adequado e seguro, com o acompanhamento de uma equipe interdisciplinar.