Caso Clínico: Hipotireoidismo Subclínico
Hoje vou falar sobre um paciente que veio com o diagnóstico interrogado de hipotireoidismo subclínico. Era uma paciente de 60 anos de idade que procurou uma segunda opinião após ter passado por uma consulta com um endocrinologista que prescreveu uma dose baixa de levotiroxina para tratar o hipotireoidismo subclínico. A paciente não entendeu muito bem o diagnóstico e fez uso da medicação por oito meses, suspendendo por conta própria. No começo, ela não apresentava sintomas e durante o tratamento notou uma leve melhora da disposição, mas suspendeu porque questionou o diagnóstico.
Ao exame físico, a paciente não apresentava nenhuma alteração na tireoide, tamanho normal, sem nenhum nódulo palpável. O exame que ela tinha mostrava o TSH de 3,15, o que a médica avaliou e diagnosticou como hipotireoidismo subclínico. No entanto, para se dizer que o TSH está alterado, ele tem que ficar acima de 4,3 na maioria das pessoas, e o diagnóstico de hipotireoidismo subclínico só pode ser feito quando o TSH está elevado e o T4 livre está normal, o que era o caso dela. Ou seja, 3,15 não era alto o suficiente para se diagnosticar hipotireoidismo subclínico.
Para avaliar melhor, pedi exames laboratoriais e de imagem, incluindo os marcadores da tireoidite de Hashimoto, além de um novo TSH, porque às vezes a variação do aparelho pode influenciar nos resultados.
- Os exames mostraram que a função da tireoide da paciente estava totalmente normal, com TSH de 2,734 e T4 livre de 1,14. Os marcadores de tireoidite de Hashimoto também foram negativos.
- O novo ultrassom mostrou uma tireoide lisinha, sem nenhum indício de ter tireoidite ou nódulos palpáveis que indicassem algo mais sério. Os nódulos que ela tinha eram pequenos e não apresentavam indicação de serem funcionantes.
- A conduta para os nódulos tireoidianos será de acompanhamento a cada seis meses para verificar se não estão crescendo e não vão precisar de função.
Enfim, a paciente não tinha hipotireoidismo, não precisava tomar levotiroxina e nem tinha nada de mais sério na tireoide. Às vezes, os pacientes procuram uma segunda opinião porque ficam na dúvida se o colega realmente está tomando a melhor conduta. Nesse caso, até hoje não entendi porque a médica indicou o tratamento para um pseudo hipotireoidismo, pois a paciente não tinha aqueles exames. Os critérios diagnósticos são bem claros e não é tão flexível. TSH dentro dos valores normais não dá para chamar de hipotireoidismo.
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Fonte
Hipotireoidismo subclínico??? – Caso clínico #06# | Dr Jônatas Catunda por Dr Jônatas Catunda – Cirurgia de cabeça e pescoçoliveBroadcastDetails{isLiveNowfalsestartTimestamp2018-12-04T000012+0000endTimestamp2018-12-04T000714+0000}