A repressão não é só tristeza. A depressão é uma doença grave. Muita gente, por desconhecer os sintomas, pensa que a pessoa com depressão só vive quieto e triste pelos cantos. Mas é bom reforçar que nem sempre ela se apresenta dessa maneira. Não pode ser confundida com tristeza, num primeiro momento, um sentimento comum que faz parte da vida de qualquer um de nós. Mas diferente da depressão, a tristeza é passageira.
Você pode ficar dois ou três dias desanimado, mas com certeza vai passar. Na depressão, a evolução não é tão simples assim. Quando uma pessoa está deprimida, várias áreas da vida são afetadas. Não só humor, são sinais que podem ser completamente opostos, mas se caracterizam pela intensidade.
A pessoa pode ter falta de apetite ou fome exagerada, insônia ou sono excessivo, ganho ou perda de peso. Além disso, é comum sentir ansiedade, irritabilidade, falta de libido e, principalmente, um forte sentimento de desesperança que, nos extremos, pode levar a pensamentos suicidas.
Se você conhece uma pessoa que apresente sintomas, converse com ela e a incentive a buscar ajuda. Se você mesmo estivesse sentindo assim, reúna forças e procure um especialista, porque existe tratamento. Muitas vezes, o tratamento psicoterápico pode ser suficiente, mas em alguns casos, além da terapia, pode ser necessário o uso de antidepressivos.
Não tenha medo dessas drogas. Elas podem ser fundamentais para o sucesso do tratamento, mas é preciso paciência. Esses medicamentos são eficazes, mas levam algumas semanas para fazer efeito. Lembre-se, depressão não é frescura nem sinal de fraqueza.
Frases como “vai passar” não ajudam o paciente com depressão. Trata-se de uma doença. É como se você dissesse “você tem que reagir” para um hipertenso. Esperar que, por vontade própria, que possa fazer a pressão arterial se normalizar. Na verdade, esse tipo de atitude só vai fazer o paciente se sentir pior. Acolhimento é a palavra-chave para ajudar alguém com depressão.
Fonte: Como ajudar alguém com depressão | Coluna #129 por Drauzio Varella
