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Conheça a Hepatite E: sintomas, tratamento e prevenção

Hepatite E: o que é e como prevenir

Se escuta falar muito sobre hepatite A, hepatite B e hepatite C. Mas você já escutou falar sobre hepatite E? Isso mesmo, hepatite E. Se o assunto interessa, fique comigo que vou falar um pouco mais sobre essa doença, mas antes não esqueça de deixar o seu like e se inscrever no canal para saber quando novos assuntos sobre Hepatologia serão publicados.

A hepatite E ainda é muito pouco comentada, apesar disso, ela foi descoberta em 1980. Sempre se acreditou que ela era restrita a países em desenvolvimento em áreas específicas lá da África e da Ásia. Na última década, esse conhecimento mudou muito e se viu várias regiões dos países desenvolvidos, principalmente muitos países da Europa, onde hoje a hepatite E é reconhecida como uma das principais causas de hepatite aguda.

Tipos de Hepatite E

A hepatite E é bem diversificada e heterogênea. Conhece-se hoje e foram identificados oito genótipos, divididos em dois grandes grupos:

  • Genótipo 1 e 2: era aquela hepatite E que já se conhecia do passado, que é endêmica na África e na Ásia, que a gente não encontra casos aqui na América do Sul e que a gente não encontra casos na Europa, geralmente em países em desenvolvimento. A transmissão dela é muito semelhante a hepatite A, ou seja, através de água contaminada, talheres, copos compartilhados com pessoas infectadas. Na verdade, a hepatite E genótipo 1 e 2 ela é apenas infectante de seres humanos.
  • Genótipo 3 a 8: especialmente genótipos três e quatro, são considerados hoje infecções zoonóticas, ou seja, infecções que são transmitidas pelos animais aos seres humanos, geralmente por consumo de alimentos não cozidos de forma adequada. Dentro desses animais, destaca-se o porco, que pode ser infectado com hepatite E. O consumo de carne de porco não bem cozida, assim como todos os produtos derivados dele, pode aumentar o risco de contaminação de hepatite E.

Sintomas e Diagnóstico

Na aguda, a hepatite E pode dar os mesmos sintomas que qualquer tipo de hepatite aguda: febre, amarelão, icterícia, dor abdominal, náusea, vômito. Não difere em nada, por exemplo, num quadro de hepatite A. A questão que é muito difícil conseguir fazer esse diagnóstico. Tem vários casos de hepatite aguda que a gente não consegue diagnosticar e fica como causas, se acredita nisso pelo menos, fica como causas de hepatite de causa desconhecida.

Hoje, é muito difícil o acesso aos métodos diagnósticos, aos anticorpos adequados com boa sensibilidade e especificidade. Tem vários testes que são muito diferentes no mercado, a sensibilidade e acurácia deles é muito variável. Então, tem ainda bastante problemas diagnósticos e esses testes não são acessíveis pelo Sistema Único de Saúde, o que limita bastante.

Tratamento e Prevenção

A hepatite E ainda não tem vacina. O que se precisa fazer é prevenção, como evitar o consumo de carnes mal cozidas, principalmente carnes de porcos, lavar as mãos, não ingerir águas não filtradas e não fervidas. Até com os filtros tem que ser cuidados porque tem alguns tipos de filtros, dependendo do poro do filtro, não são efetivos para Hepatite E, principalmente quando vai se viajar para as regiões endêmicas, como Ásia, África e Europa.

Outra coisa importante é ressaltar que o tratamento ainda tem poucas opções disponíveis, baseadas principalmente em ribavirina e, em alguns casos, interferon peguilado. O tratamento não é tão efetivo, o que limita bastante a ação terapêutica.

O principal deste texto é alertar sobre essa doença, que ela não é tão nova, mas recentemente passou a ser mais reconhecida e estudada. E lembrar que ela ronda o nosso meio, ela está entre nós, a gente não sabe exatamente o papel dela, mas ela está por aqui. Casos não diagnosticados de doenças hepáticas de cirrose, talvez hepatite E esteja por trás. É muito importante a gente saber que ela existe para se pesquisar e para traçar novos tratamentos e novas estratégias terapêuticas.

Fonte: Canal do Youtube Hepatologia em Dia

Fonte
Você já ouviu falar em Hepatite E? por Dra. Raquel Scherer de Fraga